O metodismo é, provavelmente, um dos primeiros ramos do protestantismo que chegou à cidade de Ouro Preto. Os primeiros missionários que para ali concorreram em abril de 1891, supunham realizar as primeiras pregações feitas por protestantes naquelas imediações. Ouro Preto era naquela ocasião a capital do Estado de Minas Gerais[1]. Uma “novidade na abertura desta nova missão foi a presença do evangelista Henry Maxwell Wright”[2]. O redator do Expositor Cristão, Rev. J. W. Wolling, descreve como ocorreu a primeira tentativa de se estabelecer uma missão metodista em Ouro Preto:
Em companhia dos Srs. Tucker, Tarboux e Wright nós fomos para lá tomar parte na inauguração da obra evangélica em Ouro Preto, ou pelo menos para presenciar as pregações que se iam fazer pela primeira vez, como nós supomos, naquele lugar.
Não podia ser melhor sucedida a tentativa que se fez a este respeito. Quando foram os irmãos Srs. Tucker e Wright falar com o Intendente para arranjar uma sala onde pudéssemos celebrar culto, ele mostrou-se muito benigno e cedeu a sala da Intendência de bom grado.
Na primeira noite a concorrência foi muito boa, verdade é que a sala não podia conter a multidão, o sr. Wright discursou sobre um tópico bem apropriado à ocasião e o numeroso auditório com todo o acatamento prestou muita atenção. Todas as clãs-ses da sociedade achavam-se representadas. Os deputados e funcionários do governo, muitos moços estudantes nas várias instituições literárias, os negociantes e os caixeiros e em fim um crescido número encheu a sala e escutou silencioso as explicações claras e convincentes que o evangelista lhes dava.
(...............................................................................)
Foram espalhados muitos tratados e folhetos, venderam-se todas as Bíblias e livrinhos que os irmãos levavam e arranjou-se uma boa lista de assinantes para o Expositor Cristão. A boa semente está semeada e assim concluídas as primeiras pregações do Evangelho na Capital dos Mineiros.[3]
Conforme José Carlos Barbosa, o Rev. João E. Tavares foi o primeiro pastor efetivo de Ouro Preto, fixando residência na cidade a partir de 11 de novembro de 1891[4]. Assim, o metodismo organizou a Igreja em Ouro Preto, em fevereiro de 1893, com 11 membros[5]. Embora as expectativas não fossem as mais otimistas sobre o desenvolvimento do metodismo na cidade, conforme registra o pastor J. L. Becker, em 10 de dezembro de 1895[6], a sorte estava lançada. Em abril de 1899, João E. Tavares passou sete dias em Ouro Preto, realizando cultos em quatro pontos diferentes da cidade, entusiasmando-se novamente com o trabalho[7].
Em companhia dos Srs. Tucker, Tarboux e Wright nós fomos para lá tomar parte na inauguração da obra evangélica em Ouro Preto, ou pelo menos para presenciar as pregações que se iam fazer pela primeira vez, como nós supomos, naquele lugar.
Não podia ser melhor sucedida a tentativa que se fez a este respeito. Quando foram os irmãos Srs. Tucker e Wright falar com o Intendente para arranjar uma sala onde pudéssemos celebrar culto, ele mostrou-se muito benigno e cedeu a sala da Intendência de bom grado.
Na primeira noite a concorrência foi muito boa, verdade é que a sala não podia conter a multidão, o sr. Wright discursou sobre um tópico bem apropriado à ocasião e o numeroso auditório com todo o acatamento prestou muita atenção. Todas as clãs-ses da sociedade achavam-se representadas. Os deputados e funcionários do governo, muitos moços estudantes nas várias instituições literárias, os negociantes e os caixeiros e em fim um crescido número encheu a sala e escutou silencioso as explicações claras e convincentes que o evangelista lhes dava.
(...............................................................................)
Foram espalhados muitos tratados e folhetos, venderam-se todas as Bíblias e livrinhos que os irmãos levavam e arranjou-se uma boa lista de assinantes para o Expositor Cristão. A boa semente está semeada e assim concluídas as primeiras pregações do Evangelho na Capital dos Mineiros.[3]
Conforme José Carlos Barbosa, o Rev. João E. Tavares foi o primeiro pastor efetivo de Ouro Preto, fixando residência na cidade a partir de 11 de novembro de 1891[4]. Assim, o metodismo organizou a Igreja em Ouro Preto, em fevereiro de 1893, com 11 membros[5]. Embora as expectativas não fossem as mais otimistas sobre o desenvolvimento do metodismo na cidade, conforme registra o pastor J. L. Becker, em 10 de dezembro de 1895[6], a sorte estava lançada. Em abril de 1899, João E. Tavares passou sete dias em Ouro Preto, realizando cultos em quatro pontos diferentes da cidade, entusiasmando-se novamente com o trabalho[7].
O metodismo ouro-pretano acumula uma experiência eclesial inédita na sua história local e, conseqüentemente, na história do metodismo brasileiro. Ocorre que no escopo do Conjunto Arquitetônico e Urbanístico da Cidade de Ouro Preto, a cidade foi erigida como Monumento Nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), conforme o Dec. nº 22.928 de 12 de julho de 1933. Tal registro arrola-se no IPHAN, sob o processo nº 070-T-38.
O Conjunto Arquitetônico de Ouro Preto é também um dos bens inscrito pela Unesco na lista do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural, desde 21 de setembro de 1980. Além disso, o templo metodista em Ouro Preto é o templo protestante mais antigo da cidade, conforme informou Ângelo Oswaldo, prefeito da cidade de Ouro Preto, em audiência com o Rev. José Carlos Soares Souto (2005).
É flagrante a ligação histórica entre o metodismo ouro-pretano e o belo-horizontino. Nos registros do Expositor Cristão, João E. Tavares, um dos pastores mais atuantes no Circuito de Belo Horizonte, faz menção de seu trabalho pastoral por volta de 1900 que incluía Miguel Burnier, Ouro Preto, Lafayette, Sete Lagoas, Sabará e outros[8]. É provável que vários acontecimentos históricos que envolveram Ouro Preto tenham contribuído pra descontinuidade do metodismo na antiga capital de Minas.
Na década de 1940, a comunidade metodista em Ouro Preto foi presenteada com um terreno central pela irmã Deolinda Tofollo, um dos testemunhos mais expressivos na vida da Igreja daqueles tempos. Neste terreno, foi construído o templo atual de reunião da igreja local, desenhado pelo Dr. José de Souza Reis, arquiteto que também desenhou o Panteão dos Inconfidentes.
A história do metodismo em Ouro Preto desafia o metodismo brasileiro a re-avaliar sua estratégia missionária. Certamente, a comunidade ouro-pretana é um modelo de inspiração no exercício da perseverança missionária. Uma de suas principais aliadas nessa caminhada missionária é a Igreja Metodista Central em Belo Horizonte. Aliás, é essa parceria que tem tornado possível a revitalização missionária do metodismo em Ouro Preto, o que tem ocorrido desde o pastorado do Rev. Cláudio Valverde (2001) e Rev. Moisés Abdon Coppe e Revda. Raquel Coelho Pontes (2002-2003), na Igreja Metodista Central em Belo Horizonte.
Um Projeto Missionário Distrital estabeleceu as congregações de Ouro Branco e Ouro Preto, unificadas, como Campo Missionário Distrital, iniciado no ano de 2003, tendo como superintendente o Rev. Lino Estevão Magalhães Leite, culminando com o surgimento do Campo Missionário Distrital Ouro Branco e Ouro Preto, que acolheu a nomeação do pastor Luciano de Barros em 2003 e 2004, sendo sucedido a partir de 2005 pelo Rev. José Carlos Soares Souto, pastor atual do CMD em Ouro Preto.
Na década de 1940, a comunidade metodista em Ouro Preto foi presenteada com um terreno central pela irmã Deolinda Tofollo, um dos testemunhos mais expressivos na vida da Igreja daqueles tempos. Neste terreno, foi construído o templo atual de reunião da igreja local, desenhado pelo Dr. José de Souza Reis, arquiteto que também desenhou o Panteão dos Inconfidentes.
A história do metodismo em Ouro Preto desafia o metodismo brasileiro a re-avaliar sua estratégia missionária. Certamente, a comunidade ouro-pretana é um modelo de inspiração no exercício da perseverança missionária. Uma de suas principais aliadas nessa caminhada missionária é a Igreja Metodista Central em Belo Horizonte. Aliás, é essa parceria que tem tornado possível a revitalização missionária do metodismo em Ouro Preto, o que tem ocorrido desde o pastorado do Rev. Cláudio Valverde (2001) e Rev. Moisés Abdon Coppe e Revda. Raquel Coelho Pontes (2002-2003), na Igreja Metodista Central em Belo Horizonte.
Um Projeto Missionário Distrital estabeleceu as congregações de Ouro Branco e Ouro Preto, unificadas, como Campo Missionário Distrital, iniciado no ano de 2003, tendo como superintendente o Rev. Lino Estevão Magalhães Leite, culminando com o surgimento do Campo Missionário Distrital Ouro Branco e Ouro Preto, que acolheu a nomeação do pastor Luciano de Barros em 2003 e 2004, sendo sucedido a partir de 2005 pelo Rev. José Carlos Soares Souto, pastor atual do CMD em Ouro Preto.
[1] Cf. James L. Kennedy, Cincoenta annos de Methodismo no Brasil, p. 61. Cf. José Carlos Barbosa, Salvar e educar: o metodismo no Brasil do século XIX, p. 137. Somente em 12 de dezembro de 1897 é que Belo Horizonte (anteriormente Curral Del Rey) passou a figurar como capital de Minas Gerais.
[2] Cf. José Carlos Barbosa, Salvar e educar: o metodismo no Brasil do século XIX, p. 137. Henry M. Wright era proveniente de Portugal e de tradição congregacional. Como conferencista, estava em sua segunda turnê de evangelização pelo país, sendo convidado pelos metodistas para ir a Ouro Preto.
[3] Citado por José Carlos Barbosa, Salvar e educar: o metodismo no Brasil do século XIX, p. 137-138.
[4] Citado por José Carlos Barbosa, Salvar e educar: o metodismo no Brasil do século XIX, p. 139.
[5] Cf. James L. Kennedy, Cincoenta annos de Methodismo no Brasil, p. 67. Cf. José Carlos Barbosa, Salvar e educar: o metodismo no Brasil do século XIX, p. 138.
[6] Citado por José Carlos Barbosa, Salvar e educar: o metodismo no Brasil do século XIX, p. 139.
[7] Citado por José Carlos Barbosa, Salvar e educar: o metodismo no Brasil do século XIX, p. 139.
[8] Um dos registros que evidenciam essa excursão missionária do Rev. João E. Tavares pelo circuito é o de 1 de fevereiro de 1901. Tal registro consiste de um relatório enviado ao Expositor Cristão (1901).
[5] Cf. James L. Kennedy, Cincoenta annos de Methodismo no Brasil, p. 67. Cf. José Carlos Barbosa, Salvar e educar: o metodismo no Brasil do século XIX, p. 138.
[6] Citado por José Carlos Barbosa, Salvar e educar: o metodismo no Brasil do século XIX, p. 139.
[7] Citado por José Carlos Barbosa, Salvar e educar: o metodismo no Brasil do século XIX, p. 139.
[8] Um dos registros que evidenciam essa excursão missionária do Rev. João E. Tavares pelo circuito é o de 1 de fevereiro de 1901. Tal registro consiste de um relatório enviado ao Expositor Cristão (1901).
2 comentários:
Olá,irmão! Muito legal a idéia de contar (ou re-contar) a história do metodismo em Minas. Assim, a gente fica conhecendo o passado e planeja o futuro, fazendo do presente um tempo de construção e aprendizado.
Gostei de ler e vou voltar.
Abração
Terê
Muito bom Gercymar. Que Deus abençõe sua vida grandemente e também a de sua esposa. Abraços de seu amigo Luciano.
Postar um comentário