O metodismo iniciou trabalho missionário em Barbacena em setembro de 1895. Conforme James L. Kennedy, o trabalho foi criado pelo rev. J. W. Tarboux, o então p. p. do Distrito de Minas. Em seguida, o rev. W. B. Lee, recém-chegado ao Brasil, foi nomeado para o cargo pastoral do novo campo missionário. Como veremos em seguida, muitas situações novas surgem no contexto do desenvolvimento da missão da Igreja Metodista Episcopal do Sul no Brasil. A decisão de implantar o metodismo em Barbacena é uma das decisões pontuais da Igreja e de seus dirigentes.
José Carlos Barbosa lembra que “a decisão de abrir trabalho metodista em Barbacena foi tomada na Conferência Distrital de Minas, realizada em Juiz de Fora, entre os dias 17 a 19 de janeiro de 1895”. A propósito, neste mesmo ano de 1895, a Igreja Metodista em Juiz de Fora, consagrava a Deus o seu templo, contando com o rev. J. W. Tarboux na direção da igreja local e com a visita do Bispo Granbery, que consagrou o referido templo. Como pode ser lembrado também, o Bispo John C. Granbery foi superintendente da Missão brasileira por vários anos, tendo visitado o Brasil em 1886, quando se organizou a Conferência Anual Brasileira, em 1888, em 1890 e em 1895. A Igreja brasileira o homenageou dando o seu nome ao primeiro educandário (estabelecimento de ensino) metodista de Minas Gerais.
Na sessão da Conferência Anual (1895), no dia 29 de julho, “o rev. J. L. Kennedy apresentou relatório sobre sua viagem missionária ao interior do Estado de São Paulo e disse que uma porta tinha sido fechada para ele (a área da educação) e que a Providência divina estava lhe indicando outro campo de trabalho”. Isso fazia surgir animada discussão entre os conferencistas a respeito da jurisdição territorial. A idéia que pairava naquele contexto era de que as igrejas protestantes, especialmente a metodista e a presbiteriana, deviam evitar evangelizar a localidade onde uma já estivesse presente desenvolvendo algum trabalho missionário.
Como está registrado, na Conferência Distrital de Minas, o relatório da comissão sobre novas missões no Distrito recomendou à Conferência Anual Brasileira a necessidade de abrir a nova missão, indicando que cabia estudo imediato sobre o início da missão em Barbacena ou não. José Carlos Barbosa lembra que pelo fato de não haver “pastores disponíveis, somente na Conferência Anual é que foi referendada a decisão de abertura do novo ponto missionário. Cabe registrar ainda que foi o Bispo Granbery quem nomeou o rev. William B. Lee para o cargo pastoral de Barbacena, antes de sua partida para os EUA (Citado do Expositor Cristão, 31/08/1895, p.3.).
O próprio rev. Lee informa em carta ao Expositor Cristão sobre o início do trabalho:
“De Juiz de Fora chegou o Sr. Tarboux no sábado, 14 do corrente (setembro) para dar começo ao nosso trabalho evangélico nesta cidade de Barbacena. No dia da sua chegada tivemos pouco tempo para espalhar a notícia dos cultos, porém publicou-se na Folha de Barbacena reuniões para o domingo ao meio dia, como também às 7 horas da noite. No domingo de manhã andamos espalhando exemplares do tratado do irmão Tarboux, ‘Ao respeitável Povo do Brasil’. No primeiro culto arranjou-se a sala com assentos para 42 pessoas. Porém houve uma assistência, número contado, de 70 pessoas, havendo um bom número de estudantes das diversas escolas da cidade, não podendo eles voltar de noite. Para o culto da noite esperava-se número maior de modo que colocou-se na sala todas as cadeiras da nossa casa. Mas atualmente só assistiram umas 65 pessoas. Porém a congregação da noite nos deu maior esperança visto que todos ficaram por todo o culto prestando muita atenção ao sermão.
O rev. John W. Tarboux revelou-se muito otimista e confiante no trabalho que se iniciava. A avaliação dele era proveniente da atenção e apreciação que experimentou. O missionário comenta em seguida o trabalho realizado em Barbacena, avaliando a casa e as condições do novo campo: a casa que o irmão Lee escolheu é boa, ampla e bem localizada, com uma sala bonita. Na sala das casas é que os missionários acolhiam os ouvintes do Evangelho que concorriam para ouvir a pregação. No final, Tarboux tece uma palavra carinhosa ao missionário e ao povo de Barbacena: “Que Deus abençoe muito o trabalho neste novo campo e ajude o irmão Lee a ficar mestre do português e dos corações do bom povo de Barbacena em bem pouco tempo”.
Conforme se tem notícia, no ano seguinte o rev. William B. Lee principiou a pregação em português. O rev. John W. Tarboux mais uma vez elaborou palavras de apreço ao missionário W. B. Lee e ao povo da cidade: “Ele tem de ser feliz, por força, com uma congregação tão polida, tão atenciosa, tão inteligente como é a de Barbacena. Que nosso Deus e Salvador abençoe sempre ao pregador e ao povo! Que o Espírito Santo ilumine os seus corações e que haja muitas almas convertidas a Jesus entre aquele povo (Citado do Expositor Cristão, 27/06/1896, p.3.).
Uma das últimas boas intenções do rev. John W. Tarboux para com Barbacena foi o estímulo ao projeto de uma universidade metodista. Ele acreditava profundamente na importância do trabalho educacional desenvolvido pela Igreja. Na verdade, os esforços mais sérios em prol de tal projeto começaram em 1893, perdurando por vários anos. Conforme José Carlos Barbosa, a “Folha de Barbacena”, jornal local, comentou de forma apreciativa as visitas do Bispo Charles B. Galloway e do rev. John W. Tarboux para tratar do assunto. O clima propício, se comparado ao clima da terra de origem dos missionários, parecia influenciar bastante na escolha em se estabelecer uma universidade metodista na cidade, especialmente porque Alexander Von Humbolt e inúmeros outros viajantes europeus, além de diversos pastores metodistas terem exaltado a salubridade de Barbacena. O jornal local aludiu reverentemente a visita do Bispo Galloway e da reunião que se realizou na casa do missionário W. B. Lee, tendo se juntando ali vários representantes da Câmara Municipal e de diversas classes sociais para ouvir o hóspede (missionário Lee). Infelizmente o projeto para a criação da univesidade não vingou, mas a missão reconheceu a cidade como um espaço missionário de elevada importância.
BIBLIOGRAFIA:
BARBOSA, José Carlos. Salvar e educar: o metodismo no Brasil do século XIX. Piracicaba: CEPEME, 2005.
KENNEDY, James L. Cincoenta annos de Methodismo no Brasil. São Paulo: Imprensa Metodista, 1928.
ROCHA, Isnard. Pioneiros e bandeirantes do metodismo no Brasil. São Bernardo do Campo: Imprensa Metodista, 1967.
José Carlos Barbosa lembra que “a decisão de abrir trabalho metodista em Barbacena foi tomada na Conferência Distrital de Minas, realizada em Juiz de Fora, entre os dias 17 a 19 de janeiro de 1895”. A propósito, neste mesmo ano de 1895, a Igreja Metodista em Juiz de Fora, consagrava a Deus o seu templo, contando com o rev. J. W. Tarboux na direção da igreja local e com a visita do Bispo Granbery, que consagrou o referido templo. Como pode ser lembrado também, o Bispo John C. Granbery foi superintendente da Missão brasileira por vários anos, tendo visitado o Brasil em 1886, quando se organizou a Conferência Anual Brasileira, em 1888, em 1890 e em 1895. A Igreja brasileira o homenageou dando o seu nome ao primeiro educandário (estabelecimento de ensino) metodista de Minas Gerais.
Na sessão da Conferência Anual (1895), no dia 29 de julho, “o rev. J. L. Kennedy apresentou relatório sobre sua viagem missionária ao interior do Estado de São Paulo e disse que uma porta tinha sido fechada para ele (a área da educação) e que a Providência divina estava lhe indicando outro campo de trabalho”. Isso fazia surgir animada discussão entre os conferencistas a respeito da jurisdição territorial. A idéia que pairava naquele contexto era de que as igrejas protestantes, especialmente a metodista e a presbiteriana, deviam evitar evangelizar a localidade onde uma já estivesse presente desenvolvendo algum trabalho missionário.
Como está registrado, na Conferência Distrital de Minas, o relatório da comissão sobre novas missões no Distrito recomendou à Conferência Anual Brasileira a necessidade de abrir a nova missão, indicando que cabia estudo imediato sobre o início da missão em Barbacena ou não. José Carlos Barbosa lembra que pelo fato de não haver “pastores disponíveis, somente na Conferência Anual é que foi referendada a decisão de abertura do novo ponto missionário. Cabe registrar ainda que foi o Bispo Granbery quem nomeou o rev. William B. Lee para o cargo pastoral de Barbacena, antes de sua partida para os EUA (Citado do Expositor Cristão, 31/08/1895, p.3.).
O próprio rev. Lee informa em carta ao Expositor Cristão sobre o início do trabalho:
“De Juiz de Fora chegou o Sr. Tarboux no sábado, 14 do corrente (setembro) para dar começo ao nosso trabalho evangélico nesta cidade de Barbacena. No dia da sua chegada tivemos pouco tempo para espalhar a notícia dos cultos, porém publicou-se na Folha de Barbacena reuniões para o domingo ao meio dia, como também às 7 horas da noite. No domingo de manhã andamos espalhando exemplares do tratado do irmão Tarboux, ‘Ao respeitável Povo do Brasil’. No primeiro culto arranjou-se a sala com assentos para 42 pessoas. Porém houve uma assistência, número contado, de 70 pessoas, havendo um bom número de estudantes das diversas escolas da cidade, não podendo eles voltar de noite. Para o culto da noite esperava-se número maior de modo que colocou-se na sala todas as cadeiras da nossa casa. Mas atualmente só assistiram umas 65 pessoas. Porém a congregação da noite nos deu maior esperança visto que todos ficaram por todo o culto prestando muita atenção ao sermão.
O rev. John W. Tarboux revelou-se muito otimista e confiante no trabalho que se iniciava. A avaliação dele era proveniente da atenção e apreciação que experimentou. O missionário comenta em seguida o trabalho realizado em Barbacena, avaliando a casa e as condições do novo campo: a casa que o irmão Lee escolheu é boa, ampla e bem localizada, com uma sala bonita. Na sala das casas é que os missionários acolhiam os ouvintes do Evangelho que concorriam para ouvir a pregação. No final, Tarboux tece uma palavra carinhosa ao missionário e ao povo de Barbacena: “Que Deus abençoe muito o trabalho neste novo campo e ajude o irmão Lee a ficar mestre do português e dos corações do bom povo de Barbacena em bem pouco tempo”.
Conforme se tem notícia, no ano seguinte o rev. William B. Lee principiou a pregação em português. O rev. John W. Tarboux mais uma vez elaborou palavras de apreço ao missionário W. B. Lee e ao povo da cidade: “Ele tem de ser feliz, por força, com uma congregação tão polida, tão atenciosa, tão inteligente como é a de Barbacena. Que nosso Deus e Salvador abençoe sempre ao pregador e ao povo! Que o Espírito Santo ilumine os seus corações e que haja muitas almas convertidas a Jesus entre aquele povo (Citado do Expositor Cristão, 27/06/1896, p.3.).
Uma das últimas boas intenções do rev. John W. Tarboux para com Barbacena foi o estímulo ao projeto de uma universidade metodista. Ele acreditava profundamente na importância do trabalho educacional desenvolvido pela Igreja. Na verdade, os esforços mais sérios em prol de tal projeto começaram em 1893, perdurando por vários anos. Conforme José Carlos Barbosa, a “Folha de Barbacena”, jornal local, comentou de forma apreciativa as visitas do Bispo Charles B. Galloway e do rev. John W. Tarboux para tratar do assunto. O clima propício, se comparado ao clima da terra de origem dos missionários, parecia influenciar bastante na escolha em se estabelecer uma universidade metodista na cidade, especialmente porque Alexander Von Humbolt e inúmeros outros viajantes europeus, além de diversos pastores metodistas terem exaltado a salubridade de Barbacena. O jornal local aludiu reverentemente a visita do Bispo Galloway e da reunião que se realizou na casa do missionário W. B. Lee, tendo se juntando ali vários representantes da Câmara Municipal e de diversas classes sociais para ouvir o hóspede (missionário Lee). Infelizmente o projeto para a criação da univesidade não vingou, mas a missão reconheceu a cidade como um espaço missionário de elevada importância.
BIBLIOGRAFIA:
BARBOSA, José Carlos. Salvar e educar: o metodismo no Brasil do século XIX. Piracicaba: CEPEME, 2005.
KENNEDY, James L. Cincoenta annos de Methodismo no Brasil. São Paulo: Imprensa Metodista, 1928.
ROCHA, Isnard. Pioneiros e bandeirantes do metodismo no Brasil. São Bernardo do Campo: Imprensa Metodista, 1967.
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