tag:blogger.com,1999:blog-70608638230979322132024-03-08T00:16:02.516-08:00Rede de Informação sobre a História do Metodismo em MinasHistoricamente, Juiz de Fora foi a primeira cidade do Estado de Minas Gerais a receber os missionários metodistas (1884). O trabalho missionário que ali se iniciou, ainda no século XIX, surgiu como uma iniciativa do Distrito do Rio de Janeiro, sob a responsabilidade do Superintendente da Missão, John James Ransom. Naquele contexto, Juiz de Fora era apontada como estratégica para a implantação de uma Igreja e de um Colégio. Surgiam assim, as bases da missão em Minas Gerais.Gercymar Wellington Lima e Silvahttp://www.blogger.com/profile/00199781130515690645noreply@blogger.comBlogger14125tag:blogger.com,1999:blog-7060863823097932213.post-3548515746357091012009-05-15T15:11:00.000-07:002009-05-15T15:37:05.596-07:00A CHEGADA DO METODISMO A SANTA MARIA DE ITABIRA E A INTENÇÃO DE EXPANSÃO DO METODISMO PARA O NORTE DE MINAS<div align="justify"></div><blockquote></blockquote><p> </p><p> </p><div align="justify">A chegada do metodismo a determinadas regiões e/ou cidades mineiras seguia um percurso específico no final do século XIX e início do século XX. Naquele contexto, os missionários metodistas pretendiam chegar ao Norte do Estado de Minas, defendendo claramente um itinerário para alcançar este objetivo. Embora as intenções dos missionários nos pareçam audaciosas, como já mencionamos anteriormente, chegar àquela região significava apenas embarcar em mais uma aventura missionária.<br /><br />Procuraremos, assim, descrever algumas expectativas, intenções e ações do movimento metodista naquele contexto, o qual se caracterizou genuinamente audaz e missionário nas terras das alterosas, num tempo em que os pregadores só contavam com a própria condição de saúde e vigor físico para fazer imensas caminhadas ou então com veículos de tração animal ou, em último caso, com a expansão da linha férrea, para cumprir cada meta proposta no projeto de expansão missionária da Igreja.<br /><br /></div><div align="center"><strong>Os primórdios da pregação evangélica em Santa Maria de Itabira<br /></div></strong><div align="justify"><br />O começo da pregação evangélica em Santa Maria [de Itabira] remonta aos idos de 1908-1909 e possui ligação inicial com a pessoa do Sr. Kulman, um cristão norte-americano, de confissão batista. O Sr. Kulman chegou à Santa Maria para implantar linhas telegráficas entre Santa Maria e Ferros, contratado como engenheiro da companhia telegráfica (Diálogo Pastoral, 2003, p. 4.). Ao mesmo tempo em que desenvolvia seu trabalho profissional, o Sr. Kulman iniciou um trabalho de pregação do Evangelho às famílias residentes nas fazendas, em Santa Maria de Itabira.<br /><br />Conforme se tem notícia, o primeiro a acolher a mensagem do Evangelho foi o Sr. Pedro Bicudo, seguido de sua mulher, D. Nhanhá, e seu filho, Claudomiro, moradores de Santa Maria, residentes na Fazenda Vitória (Diálogo Pastoral, 2003, p. 4.). Depois da conversão, Pedro Bicudo logo se pôs a evangelizar seus amigos. Nas imediações da Fazenda Vitória, ali mesmo onde morava, começou a evangelizar alguns conhecidos. O primeiro a ser atingido pelo testemunho do irmão Pedro Bicudo foi o Sr. Manoel Ignácio Oliveira (o Neco Rato), um católico zeloso da localidade.<br /><br />Assim, todas as tardes, quando o Sr. Manuel Ignácio Oliveira passava na fazenda para ir à Igreja do Chaves para “tirar a reza”, o irmão Pedro Bicudo chegava à estrada e interpelava o Sr. Manuel, mostrando “na Bíblia que ele estava errado em adorar os santos” (O Despenseiro – Boletim local – IM em Stª Maria do Itabira, 1992). Tendo sido caracterizada uma insistência por parte do irmão Pedro Bicudo em evangelizar o sr. Manuel, este procurou outro caminho para não se encontrar mais com o evangelizador contumaz e insistente. Durante o ano de 1908, Manuel Ignácio Oliveira, conforme suas anotações auto-biográficas, já tinha recebido vários jornais evangélicos do seu amigo Pedro Bicudo.<br /><br />Por ocasião do Batismo de Pedro Bicudo, Manuel Ignácio Oliveira, sendo convidado pelo amigo, foi assistir o Batismo no rio tanque, o qual foi realizado por 2 (dois) pastores batistas. Destacamos a seguir seus sentimentos iniciais em relação aos protestantes: “não fui [ao Batismo] por causa de religião, mas para servir ao amigo Pedro Bicudo”. Mas, ao ouvir o sermão e assistir o Batismo do amigo, dei o meu primeiro passo... (Oliveira, Minha Vida – Texto não publicado).<br /></div><div align="center"><br /><strong>George Daniel Parker, Manuel Ignácio de Oliveira e as origens do metodismo em Santa Maria do Itabira<br /></div></strong><div align="justify"><br />George Daniel Parker (1872-1958), mais conhecido como G. D. Parker, era natural de New Orleans, Louisiana, EUA, nascido aos 17 de agosto de 1872. Chegou ao Brasil como missionário em 8 de outubro de 1901, sendo nomeado para a congregação do Catete no Rio de Janeiro (Betts, p. 30.). O missionário G. D. Parker foi recebido na Conferência Anual no ano seguinte, transferido da Conferência Louisiana, EUA (Cf. Kennedy, p 114. e Vitrais da Igreja Metodista Wesley, p.17.).<br /><br />Parker, ao que parece, concluiu seu período de experiência pastoral no Brasil e, então, na 18ª Conferência Anual Brasileira, realizada em Piracicaba, em 30 de julho de 1903, recebeu suas credenciais de presbítero, tornando-se a partir de então pregador itinerante da Conferência (Cf. Kennedy, p 118.). Conforme João Nelson Betts, “dois anos após a sua chegada”, Parker foi nomeado “Secretário das Ligas Epworth” (Cf. Vitrais da Igreja Metodista Wesley, p.17.). Além disso, o missionário foi redator da revista “Juvenil” e gerente da Casa Publicadora, no Rio de Janeiro.<br /><br />Em 1906, o missionário foi eleito um dos secretários da Conferência Anual Brasileira ao lado de João E. Tavares e Antônio C. da Fonseca (Cf. Kennedy, p 118.). No ano eclesiástico de 1907-1908, G. D. Parker foi nomeado para o Distrito de Bello Horizonte, acumulando os cargos pastorais de “Sabará e Morro Velho” e “Sete Lagoas”, além da Secretaria da Liga Epworth (Cf. Conferencia Annual da Egreja Methodista Episcopal do Sul no Brazil, 1908, p. 35.).<br /><br />Neste ínterim, germinaram as sementes do trabalho metodista em Santa Maria de Itabira. No ano eclesiástico de 1908-1909, o missionário Parker é designado presbítero presidente do Distrito de Bello Horizonte, acumulando novamente o cargo pastoral de Sabará e Morro Velho e a Secretaria da Liga Epworth (Cf. Conferencia Annual da Egreja Methodista Episcopal do Sul no Brazil, 1909. p. 36.). Conforme testemunho do irmão Manuel Ignácio de Oliveira, foi precisamente em maio de 1909, assim que chegaram em Santa Maria de Itabira os pastores G. D. Parker e [Elias] Escobar Júnior, que abraçou a fé evangélica, realizando a pública profissão de fé juntamente com 3 ou 4 parentes.<br /><br />A experiência de conversão de Manuel Ignácio Oliveira, tomada na sua inteireza, denota o quanto a evangelização precisa ser caracterizada pelo entusiasmo e pela perseverança. Manuel Ignácio veio a ser o primeiro metodista de Santa Maria de Itabira, arrolado no Livro Rol da Igreja em 1º de maio de 1909, recebido por profissão de fé pelo Rev. George Daniel Parker. Não tardou para que o trabalho missionário em Santa Maria de Itabira fizesse franca expansão missionária. Em 22 de abril de 1911, conforme James L. Kennedy, ocorre a organização da “Egreja Metodista de Santa Maria, circuito de Sete Lagoas, districto de Bello Horizonte” (Cf. Kennedy, p 142.). Na Conferência Distrital de Belo Horizonte, era evidente o estado espiritual das igrejas, que apresentaram, com poucas exceções, bons relatórios.<br /></div><div align="center"></div><div align="center"><br /><strong>Considerações Finais</strong><br /></div><div align="justify"><br />No mais, destacamos que os netos de Manuel Ignácio e Pedro Bicudo são membros ativos na comunidade, conforme relato da Igreja Metodista em Santa Maria de Itabira (Despenseiro – Boletim local – IM em Stª Maria de Itabira – 1992). Em relação a G. D. Parker, lembramos que o missionário “dedicou 36 anos de sua vida ao pastorado no Brasil, passando pelos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Conforme João Nelson Betts, “de 1930 a 1934 [G. D. Parker] exerceu [ainda] a função de Secretário Geral de Educação Cristã”.<br /></div><div align="center"><br /><strong>Bibliografia:<br /></div></strong><div align="justify"><br />CONFERENCIA ANNUAL DA EGREJA METHODISTA EPISCOPAL DO SUL NO BRAZIL. Annuario 1907-1908. Rio de Janeiro, Casa Publicadora Metodista, 1908.<br />CONFERENCIA ANNUAL DA EGREJA METHODISTA EPISCOPAL DO SUL NO BRAZIL. Annuario 1908-1909. São Paulo, Typografia Brazil de Rothschild & Co, 1909.<br />O DESPENSEIRO – Boletim Informativo da Igreja Metodista em Santa Maria de Itabira. Santa Maria de Itabira, Mimeo, 1992<br />KENNEDY, James L. Cincoenta annos de Methodismo no Brasil. São Paulo, Imprensa Metodista, 1928.<br />METODISMO EM SANTA MARIA DE ITABIRA VAI COMPLETAR 94 ANOS. Diálogo Pastoral. Belo Horizonte, 2003. v. 21, n. 244.<br />OLIVEIRA, Manuel Ignácio. Minha vida. Santa Maria de Itabira. (Texto não publicado)<br />VITRAIS DA IGREJA METODISTA WESLEY. Porto Alegre, [S.n., s.d.]. </div>Gercymar Wellington Lima e Silvahttp://www.blogger.com/profile/00199781130515690645noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7060863823097932213.post-6645205310711774312009-04-22T13:28:00.000-07:002009-04-22T13:49:56.353-07:00OS CARGOS PASTORAIS DE MATOZINHOS, SETE LAGOAS E CORDISBURGO: A INTENÇÃO DE EXPANSÃO DO METODISMO PARA O NORTE DE MINAS<div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="center"><strong></strong></div><div align="center"><strong></strong></div><div align="center"><strong></strong></div><div align="center"><strong></strong></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"><blockquote></blockquote>Numa perspectiva geral, a missão metodista estabelecida em Belo Horizonte no final do século XIX e início do XX apresentava intenções declaradas, senão audaciosas de chegar ao Norte do Estado de Minas Gerais a partir do metodismo implantado na capital. Apesar da marcante distância geográfica entre Belo Horizonte e as cidades do Norte de Minas, chegar àquela região significava apenas embarcar em mais uma aventura missionária para os pioneiros metodistas que desbravavam o rústico campo mineiro. A caminhada dos missionários foi muitas vezes extenuante, no entanto, a disposição física e espiritual caracterizava a caminhada que se renovava a cada nova etapa do estabelecimento da missão através de cada novo campo missionário que era criado com o auxílio da Graça de Deus.<br /></div><div align="center"><br /><strong>A motivação missionária<br /></div></strong><div align="justify"></div><div align="justify"><br />A motivação missionária dos missionários metodistas era, de fato, contagiante. Temos notícias de que o povo metodista belo-horizontino, embora pequeno numericamente, estava extremamente envolvido com a causa do Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo. Evidência disso é o trabalho missionário desprendido de Manoel Torquato de Oliveira, no Bairro do Quartel, em Santa Efigênia, ou ainda o do carpinteiro Cândido Mendes de Magalhães, em Venda Nova, entre outros que não tivemos ainda a oportunidade de mencionar.<br /><br />Os registros do ano eclesiástico de 1898-1899, conforme James L. Kennedy, observando a Conferência Anual Brasileira, favorecem uma impressão muito positiva da caminhada do metodismo em Belo Horizonte e a razão da motivação missionária existente no seio da Igreja Metodista. É admitida a organização de sociedades auxiliadoras de senhoras em Santa Rita do Passa Quatro, bem como em Uberaba (KENNEDY, p.95.).<br /><br />Outra notícia é que nos fins de novembro de 1898 os metodistas pregaram o Evangelho em Anta e em Santo Antônio do Chiador, através dos revs. Tarboux e Lander. Assim, o metodismo chegou à cidade de Anta através dos pregadores estabelecidos em Minas Gerais. Ao que tudo indica, foi Tarboux, o presidente do Distrito de Minas, quem pregou o Evangelho pela primeira vez na cidade de Anta. Para quem não sabe, John William Tarboux veio a ser em 1930 o primeiro bispo eleito pela Igreja metodista brasileira, quando da autonomia do metodismo brasileiro.<br /><br />James L. Kennedy lembra, sobretudo, que “em maio [de 1899], no dia 18, reuniu-se em Bello Horizontte a Conferencia Distrital de Minas, sob a presidência de J. W. Tarboux. Esta Conferencia foi muito animadora e espiritual. Naquella ocasião havia em todo o distrito uns 784 membros professos e havia por todo o território uma revivificação espiritual e novos campos foram abertos” (KENNEDY, p.95.). O trabalho metodista em Uberaba, além de organizar uma sociedade auxiliadora de senhoras no ano eclesiástico de 1898-1899, lançou “com solenidade e singeleza a pedra angular do templo methodista em Uberaba” em maio de 1899 (KENNEDY, p.95.).</div><div align="center"><br /><strong>Raízes do metodismo em Sete Lagoas, Matozinhos, Cordisburgo e Curvelo<br /></div></strong><blockquote></blockquote><div align="justify"><br />O trabalho metodista em Belo Horizonte vivenciava lá pelos idos de 1898, um dos seus melhores momentos. James L. Kennedy atesta isso, comentando: “o trabalho em Bello Horizonte tomou novo impulso sob o pastorado de J. E. Tavares. Planejaram novas cousas e começaram preparativos para a construção do novo templo. O dr. Tavares também conseguiu pregar o Evangelho em Lafayette e Sete Lagoas” (KENNEDY, p.95.). Aliás, uma das referências históricas de intenção de uma frente missionária em Sete Lagoas é exatamente essa citada pelo rev. J. L. Kennedy.<br /><br />José Carlos Barbosa confirma essa informação comentando uma nota do Expositor Cristão (18/06/1898), na qual se percebe o caminho missionário apontado pela Igreja naquele contexto. Conforme José Carlos Barbosa “no relatório preparado no primeiro semestre de 1898 pela Comissão sobre Território e Distrito e apresentado à Conferência Distrital de Juiz de Fora, entre diversas recomendações, consta que se crie novo campo missionário começando com a cidade de Sete Lagoas e seguindo por todo o norte de Minas” (BARBOSA, p.246.).<br /><br />No entanto, a chegada dos metodistas em Sete Lagoas e Matozinhos foi anterior às decisões da Conferência Distrital e à investida de João E. Tavares. “Explicando a origem da presença metodista nessas localidades, J. L. Bruce assinala que a primeira visita foi feita por ele e por McFarland em 1892. Na ocasião tiveram uma boa recepção em Matozinhos, distribuíram Bíblias, falaram com alguns moradores e ainda realizaram cultos no hotel e também no teatro municipal” (BARBOSA, p.246-247.).<br /><br />Em relação a Sete Lagoas, Bruce relembra que a recepção não foi de longe nem semelhante à que tiveram em Matozinhos (BARBOSA, p.247.). Para resumirmos, os missionários “foram expulsos do hotel e da cidade sob instigação do padre católico do lugar e não conseguiram realizar nenhum culto público. O que fizeram foi conversar com poucas pessoas da cidade” (Anual Report citado por BARBOSA, p.247.).<br /><br />Conforme José Carlos Barbosa, há outra versão da história das primeiras incursões dos missionários metodistas em Matozinhos e em Sete Lagoas. Tomamos a narrativa de José Carlos Barbosa, citando o Jornal Expositor Cristão: “Em outra versão, publicada no Expositor Cristão, J. L. Bruce fala que em nenhuma das duas cidades eles encontraram boa acolhida. Sobre Matozinhos ele diz: ’Há quatro anos estive neste lugar em companhia do irmão McFarland. Parece que fomos os primeiros pregadores do Evangelho que até aquele tempo tinham ido a este lugar. Não fizemos conferências públicas naquela ocasião, mas segundo o modo adotado por Jesus, passamos por várias casas conversando com o povo” (BARBOSA, p.247.). </div><blockquote></blockquote><div align="justify">Apesar de alguns desencontros nas narrativas, como pôde ser observado, é preponderante a impossibilidade de uma ação missionária mais caracterizada nas cidades de Matozinhos e Sete Lagoas. No tocante ao cargo pastoral de Cordisburgo, há que se incluir aí Curvelo, encontramos uma referência à nomeação de Elias Escobar no Annuário de 1907-1908. Infelizmente, a investida missionária teve que ser recalculada no ano seguinte. James L. Kennedy lembra que “foi resolvido fazer chegar ao conhecimento do Bispo, presidente da próxima Conferencia Annual, as conveniências de fundir em um só circuito os cargos de Sete Lagoas e Cordisburgo” (KENNEDY, p.136). A despeito das adversidades que a Missão enfrentava, o propósito de chegar ao Norte do Estado de Minas mantinha-se aberto e acalorado pelos principais animadores do Distrito de Belo Horizonte, representados nas figuras dos presbíteros presidentes da Missão nos Distritos. Ademais, podemos dizer que o estado da Igreja era bastante animador, e se não se expandia mais era devido à deficiência de trabalhadores efetivos. É tudo o que podemos sintetizar sobre a Missão em Minas Gerais, assim como no âmbito geral da Conferência Anual Brasileira. <blockquote></blockquote><blockquote></blockquote><blockquote></blockquote></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"><blockquote></blockquote></div><blockquote></blockquote><div align="justify"><blockquote></blockquote></div><blockquote></blockquote><div align="justify"><strong></strong></div><strong><blockquote><strong></strong></blockquote><blockquote></blockquote><blockquote></blockquote><blockquote></blockquote><p></p><div align="center"></div><div align="center">BIBLIOGRAFIA</strong></div><div align="justify"><br />BARBOSA, José Carlos. Salvar e educar: O metodismo no Brasil do século XIX. Piracicaba: Cepeme, 2005.<br />CONFERENCIA ANNUAL DA EGREJA METHODISTA EPISCOPAL DO SUL DO BRAZIL. Annuario 1907-1908. Rio de Janeiro: Casa Publicadora Metodista. 1908.<br />CONFERÊNCIA ANNUAL DA EGREJA METHODISTA EPISCOPAL DO SUL DO BRAZIL. Annuario 1908-1909. São Paulo: Typografia Brazil de Rothschild & Co. 1909.<br />KENNEDY, James L. Cincoenta annos de Methodismo no Brasil. São Paulo: Imprensa Metodista, 1928.</div>Gercymar Wellington Lima e Silvahttp://www.blogger.com/profile/00199781130515690645noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7060863823097932213.post-12922497379889506372009-02-27T19:57:00.000-08:002009-02-27T20:11:57.743-08:00MEMÓRIAS DO TRABALHO METODISTA NO BAIRRO DO QUARTEL: Aspectos Históricos da Egreja Methodista dos Militares (Sta. Efigênia)<div align="justify"></div><div align="justify"><br />É essencial lembrarmos que a história da chegada do metodismo a Belo Horizonte se confunde com o estabelecimento da nova capital mineira. De certo modo, a emergência da nova capital influenciou a chegada do metodismo à freguesia de Curral Del Rey, o antigo nome de Belo Horizonte. Outro fator colaborador foi a expansão da Estrada de Ferro Central do Brasil – a antiga D. Pedro II. Há indícios de que a migração dos cidadãos de Ouro Preto para Belo Horizonte foi determinante para a expansão da cidade no final do século XIX e início do XX. Não é por acaso, também, que o metodista fundador do trabalho no Bairro do Quartel seja oriundo de Ouro Preto e que tenha sido um militar.<br /></div><div align="center"><br /><strong>Os antecedentes históricos da Igreja do Quartel<br /></strong></div><div align="justify"></div><div align="justify"><br />Umas das notícias sobre as origens da “Egreja Methodista dos Militares” é o testemunho de Raymundo Lopes, no Expositor Cristão, no qual presta homenagem a um dos ilustres fundadores do trabalho. Conforme as palavras do Sr. Raymundo Lopes, “logo que chegou à Belo Horizonte, Manoel Torquato de Oliveira”, o próprio Raymundo Lopes e o rev. João Evangelista Tavares iniciaram o trabalho de “evangelização no Bairro dos Militares” (Cf. EXPOSITOR CRISTÃO 06/06/1918). A partir de tal informação, fomos levados a recorrer a registros que atestam a passagem do rev. João Evangelista Tavares por Belo Horizonte naquele contexto.<br /><br />Conforme relatório do prefeito Bernardo Pinto Monteiro, o qual consta no Arquivo Público de Belo Horizonte (Índice de relatórios ano de 1902 - Item 3.12 – vol.1 – 1902 – Construção da igreja Metodista. p. 53), o Sr. João Evangelista Tavares era o representante da instituição religiosa, que recebeu gratuitamente uma área de 14.273 metros quadrados no quarteirão nº 2 da 1ª secção urbana. Segundo se tem notícia, João E. Tavares ganhou o primeiro terreno que um grupo protestante obteve da intendência da capital, deixando a capital mineira antes de 1904. Sabe-se que o rev. James L. Kennedy inaugurou o primeiro templo da Igreja Metodista Central em 31 de dezembro de 1904 (KENNEDY, p.123.).<br /><br />Cabe-nos pontuar, entretanto, que o rev. João Evangelista Tavares teve a sua primeira designação para o trabalho em Belo Horizonte na 10ª Conferência Anual, em 25 de julho de 1895 (KENNEDY, p.86.), e depois, durante o período de 1898-1899, conforme nomeação da Conferência Anual Brasileira, realizada em Piracicaba, em 1898 (BARBOSA, p.157.). Conjectura-se que a nomeação do rev. João Evangelista Tavares se perpetuou até 1902, porque somente em 1902 é que Tavares conseguiu a doação do terreno da Igreja Metodista Central e do Colégio Izabela Hendrix, e é provável que nesse interregno, iniciou o trabalho metodista no Bairro do Quartel, em Santa Efigênia, na companhia do sr. Manoel Torquato de Oliveira.<br /></div><div align="center"><br /><strong>Manoel Torquato de Oliveira e os primórdios da Igreja do Quartel<br /></div></strong><div align="justify"></div><div align="justify"><br />O trabalho missionário do Bairro do Quartel, hoje Bairro Santa Efigênia, teve o seu início por volta do final do século XIX ou início do XX. Em parte, a inauguração da frente missionária se deve ao engajamento missionário do irmão Manoel Torquato de Oliveira, que veio para Belo Horizonte, transferido da cidade de Ouro Preto. Somos levados a considerar essa hipótese, uma vez que o passamento (falecimento) do irmão Manoel Torquato de Oliveira se deu em 24 de setembro de 1901.<br /><br />Segundo testemunho de Raymundo Lopes no Expositor Cristão, depois de algum tempo de árduo trabalho e de constantes perseguições, Manoel Torquato de Oliveira abandonou a carreira militar, quando poderia ter promoção, para se dedicar à pregação. Porém, o irmão Torquato veio a cair enfermo e ficou impossibilitado de tomar parte nos cultos que se promoviam na Igreja Central. Foi então que solicitou ao rev. João Evangelista Tavares que “organizasse em sua casa uma Escola Dominical e cultos semanais” (Cf. EXPOSITOR CRISTÃO 06/06/1918).<br /><br />Provavelmente, o que ocorreu com o trabalho missionário no Bairro do Quartel é o que havia ocorrido com a fundação de outras frentes missionárias, já que nem sempre a organização de uma unidade local da Igreja Metodista ocorria no mesmo dia da fundação ou criação do trabalho missionário. Aliás, esse é um aspecto do trabalho de pesquisa para o qual devemos sempre estar alertas.<br /></div><div align="center"><br /><strong>A organização da Igreja dos Militares<br /></div></strong><div align="justify"></div><div align="justify"><br />A organização da Igreja do Quartel, conhecida ainda como Igreja Metodista dos Militares, em Belo Horizonte, remonta ao ano de 1908. Conforme James L. Kennedy, em “Cincoenta Annos de Methodismo no Brasil”, “no dia 3 de julho [de 1908] foi organizada a Egreja Methodista dos Militares em Belo Horizonte” (KENNEDY, p.137.). É fundamental entendermos a organização da Igreja do Quartel, que é posterior, portanto, à passagem de João Evangelista Tavares por Belo Horizonte. Em outras palavras, é preponderante afirmar que o Rev. João Evangelista Tavares não foi pastor em Belo Horizonte durante os períodos de 1907-1908 e 1908-1909.<br /><br />Um dos mais antigos registros conservados que retrata a história de fundação de várias igrejas locais, as atividades dos circuitos e distritos e o assentamento de registros das decisões das conferências da Igreja Metodista é o Annuario, publicado sob orientação da “Conferencia Annual da Egreja Methodista Episcopal do Sul”, seja pela própria casa publicadora da Igreja Metodista ou por uma tipografia indicada.<br /><br />Pesquisando os Annuarios de 1907-1908 e 1908-1909 levantamos tais dados, que atestam seguramente as informações históricas de James L. Kennedy. No mais, o Annuario de 1908-1909 atesta que W. J. Frost foi nomeado para a Igreja do Quartel. Outra informação histórica adicional é que W. J. Frost era oriundo da Conferência de Los Angeles, vindo transferido para a Conferência Brasileira (KENNEDY, p. 137.). Mais tarde, na Conferência de 1911, Frost foi descontinuado, deixando de figurar como membro da Conferência Anual Brasileira (KENNEDY, p. 143.).<br /><br /></div><div align="center"><strong>Considerações Finais<br /></strong></div><div align="justify"><br />A Igreja Metodista em Santa Efigênia tem, porém, na sua memória, a lembrança da figura do rev. Osório Couto Caire. Conforme a história local, o templo foi consagrado quando receberam o primeiro pastor que, segundo eles, foi o rev. Caire. Caberia salvaguardar que W. J. Frost foi, de fato, o primeiro pastor nomeado para a Igreja do Bairro do Quartel, na Conferência Anual Brasileira, em 1908. Ademais, temos informação, conforme James L. Kennedy, que “em novembro [de 1918] foi inaugurado o templo da Egreja Methodista dos Militares em Belo Horizonte” (KENNEDY, p. 157.). Osório Couto Caire era o pastor local da Igreja do Quartel no contexto da inauguração do templo em 1918. Isso sugere uma correção na história do centenário do templo da Igreja Metodista em Santa Efigênia, que possui sim 100 anos de Igreja organizada e 90 anos de templo inaugurado e dedicado ao serviço da pregação do Evangelho. </div><div align="center"><br /><br /><strong>Bibliografia:</strong></div><strong></strong><div align="justify"><br /><br />BARBOSA, José Carlos. Salvar e educar: o metodismo no Brasil do século XIX. Piracicaba: Cepeme, 2005.<br />CONFERENCIA ANNUAL DA EGREJA METHODISTA EPISCOPAL DO SUL NO BRASIL. Annuario 1907-1908. Rio de Janeiro: Casa Publicadora Metodista. 1908.<br />CONFERENCIA ANNUAL DA EGREJA METHODISTA EPISCOPAL DO SUL NO BRASIL. Annuario 1908-1909. São Paulo: Typografia Brazil de Rothschild & Co. 1909.<br />FONTES, Ernestina Célia. Centenário da Igreja Metodista em Santa Efigênia [Mensagem pessoal]. Mensagem recebida por <nacelia2005@yahoo.com.br>em 14 de novembro de 2008.<br />KENNEDY, James L. Cincoenta annos de Methodismo no Brasil. São Paulo: Imprensa Metodista, 1928.<br />RELATÓRIOS DE PREFEITOS 1899-1902. Arquivo Público de Belo Horizonte. Índice de relatórios ano de 1902 - Item 3.12 - vol.1 - 1902 - Construção da Igreja Metodista.</div>Gercymar Wellington Lima e Silvahttp://www.blogger.com/profile/00199781130515690645noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7060863823097932213.post-80746762901736833712008-11-14T16:16:00.000-08:002008-11-14T16:20:13.072-08:00A PRESENÇA METODISTA NO ARRAIAL DE VENDA NOVA: A CONVERSÃO DO CARPINTEIRO CÂNDIDO MENDES DE MAGALHÃES – O PRIMEIRO METODISTA DE VENDA NOVA<div align="justify">Infelizmente nossas igrejas locais têm pouco conhecimento da própria história, o que constitui um desafio levantar dados tão específicos, assim como dialogarmos sobre a História da Inserção do Metodismo em Minas Gerais. Seria indispensável para um trabalho mais promissor conseguirmos organizar um ministério preocupado com a História e a Memória da Igreja para facilitar o resgate da nossa herança metodista e wesleyana.<br /><br />Elegemos abordar nesta página a história da presença metodista no pequeno arraial de Venda Nova, o qual conta com uma história missionária oriunda do século XIX, descoberta recentemente por José Carlos Barbosa. Até então, poucos sabiam que o arraial de Venda Nova foi alvo efetivo da atuação missionária, decorrente da chegada do metodismo à cidade de Sabará e à pequena freguesia de Belo Horizonte [naquela época conhecida apenas como Curral Del Rei].<br /><br />Buscaremos, assim, descrever uma narrativa sobre a presença metodista em Venda Nova a partir da conversão de Cândido Mendes de Magalhães, considerando quem foram os ministros que lhe anunciaram o Evangelho e as verdades bíblicas, levando-o a ser um cristão professo na fé metodista. Conseqüentemente, conheceremos um pouco sobre a incursão do metodismo em Venda Nova, no desfecho do século XIX.<br /><br />A história da experiência de conversão de Cândido Mendes de Magalhães é um dos relatos mais convictos que lemos nas páginas do Expositor Cristão, especialmente no contexto do século XIX. Na opinião de José Carlos Barbosa, a experiência de Cândido Mendes de Magalhães “descreve um itinerário bastante freqüente entre os que adotavam o protestantismo” (Cf. BARBOSA, p.228.).<br /><br />Conforme José Carlos Barbosa, Cândido Mendes de Magalhães exercia o ofício de carpinteiro e era católico. Segundo o autor, por vinte e quatro anos lutou contra a própria ignorância (Cf. BARBOSA, p.228.). Tinha um imenso interesse por conhecer as Escrituras Sagradas, busca que o levou ao conhecimento mais abrangente da fé cristã.<br /><br />No testemunho de sua conversão publicado no Expositor Cristão, o carpinteiro ponderou sobre a dificuldade e proibição de acesso que o povo tinha à Palavra de Deus: “Ouvia falar da Escritura Sagrada proibida pela Igreja e ficava pensativo, pois o que é sagrado é proibido? O que é de Deus é proibido?” (Expositor Cristão, 16/05/1896, p.2.).<br /><br />Deus, na sua infinita misericórdia, visitou o irmão Cândido Mendes de Magalhães, derramando suas bênçãos sobre sua vida, fazendo-o conhecedor de suas revelações e, conseqüentemente, das verdades cristãs. Tendo procurado assistência espiritual de um padre, com a reputação de sábio, não encontrou solução para seus dilemas de fé. Essas e outras coisas contribuíram para que o irmão Cândido começasse a examinar os abusos que se davam na Igreja (Expositor Cristão, 16/05/1896, p.2.).<br /><br />Pretendendo ir ao Rio de Janeiro ouvir a pregação do Evangelho pelos ministros que ouvia dizer que lá havia, soube que em Sabará, a 18 quilômetros de sua residência (Belo Horizonte), havia pregadores do Evangelho. Continuamos a narrativa da experiência utilizando as palavras do irmão, registradas no Expositor Cristão:<br /><br />“Preparava-me para procurá-los quando Deus trouxe à minha casa pela primeira vez os irmãos Ministros Srs. Cardoso e Bruce (...) e algum tempo mais tarde o zeloso irmão Cardoso conseguiu arranjar uma sala onde pregou três vezes, as primeiras que pude ouvir, sendo que já, nessa ocasião, possuía a Bíblia que o mesmo zeloso irmão me fornecera, bem como a outras pessoas” (Cf. Expositor Cristão, 16/05/1896, p.2.).<br /><br />A conversão de Cândido Mendes de Magalhães ocorria paulatinamente, à medida que ia lendo e meditando na Palavra e no auxílio que o irmão Cardoso lhe prestava. Nesse meio tempo, o carpinteiro Cândido compreendeu as razões da negação da Igreja de Roma pela Escritura Sagrada. O irmão tomou direção mais segura na caminhada de fé, rompendo de vez com o erro, fazendo profissão de fé depois da 4ª pregação que viu e ouviu realizando no ensino de Jeremias – “Vós me buscareis e me achareis...” (Expositor Cristão, 16/05/1896, p.2.).<br /><br />Como temos lembrança, a visita do Rev. J. L. Bruce, feita na companhia do Rev. Antônio Cardoso da Fonseca, à Belo Horizonte é o primeiro registro histórico de um contato com a cidade, ocorrido em maio de 1892. Conforme se tem notícia, não foi uma visita bem sucedida. Noutra ocasião lembramos que na primeira visita dos Revs Bruce e Cardoso, o Padre Marcelo promoveu um levante, “insuflando a população no combate aos pregadores”. Mesmo assim, o Evangelho encontrou boa acolhida em Venda Nova, mesmo tendo encontrado ali expressões do zelo católico também, tendo o tentador utilizado a pessoa de “um tal mestre Quinca que a fina força queria perturbar a pregação (...)” e a ordem na casa que conseguiram alugar.<br /><br />Contudo há garantia por parte de João Evangelista Tavares que em Venda Nova sempre houve boa acolhida ao Evangelho e aos ministros protestantes. Resta considerar que Venda Nova era apenas um arraial de Curral Del Rey e parte integrante da freguesia, como até hoje é parte de Belo horizonte. Mas falar de Venda Nova naquela época era falar de um arraial (uma localidade). Basta conferirmos as palavras de João Evangelista Tavares: “No dia 25 (abril) seguimos para Venda Nova, pequeno arraial a 25 léguas da nova capital e lugar da residência do Sr. Cândido Mendes de Magalhães, um dos mais fiéis crentes e membros da nossa Igreja” (Expositor Cristão, 09/05/1896, p.1.).<br /><br />À modo de conclusão, lembramos que “o carpinteiro Cândido Mendes de Magalhães foi o primeiro metodista de Venda Nova, convertido durante o período em que morava em Belo Horizonte e fruto do trabalho evangelístico realizado por J. L. Bruce e A. Cardoso da Fonseca” (Cf. BARBOSA, p.227.). O testemunho de João E. Tavares assinala o zelo e compromisso do irmão Cândido Mendes de Magalhães, representante fido da memória e da presença metodista que se conservou fiel à sua profissão de fé, sonhando com um tempo em que poderia fundar ali uma congregação regular para a proclamação da Palavra de Deus que um dia o levou a trilhar o caminho da salvação plena.<br /><br />BIBLIOGRAFIA:<br /><br />BARBOSA, José Carlos. Salvar e educar: o metodismo no Brasil do século XIX. Piracicaba: Cepeme, 2005.<br />EXPOSITOR CRISTÃO. São Paulo, 1896.<br />KENNEDY, James L. Cincoenta annos de Methodismo no Brasil. São Paulo: Imprensa Metodista, 1928.</div>Gercymar Wellington Lima e Silvahttp://www.blogger.com/profile/00199781130515690645noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7060863823097932213.post-85671892702657626362008-11-14T15:59:00.000-08:002008-11-14T16:13:34.863-08:00INCURSÕES MISSIONÁRIAS NA CIRCUNVIZINHANÇA DE JUIZ DE FORA - Início do metodismo em Lima Duarte<div align="justify">O metodismo chegou à Lima Duarte através do trabalho incansável de Antonio de Souza Pinto, portanto, apontamos a necessidade de conhecer a sua trajetória no cenário do metodismo mineiro-juizforano. É verdade que muitos outros obreiros colaboraram no Circuito de Juiz de Fora e nos arredores. No entanto, temos que nos limitar a discorrer neste momento somente sobre Antônio de Souza Pinto. Como é nossa proposta, em seguida, buscaremos esboçar o surgimento do trabalho metodista em Lima Duarte e a importância de tal comunidade, sendo que a mesma parece compor uma extensão do trabalho missionário de Juiz de Fora.<br /><br />Diferentemente do trabalho metodista em Palmyra, do qual encontramos várias referências históricas e pessoas interessadas em pesquisar sobre as origens do metodismo na cidade, há um desconhecimento quase que total da história do metodismo em Lima Duarte. A indicação pontual apenas do início do trabalho metodista em Lima Duarte, na obra de James L. Kennedy, oculta mais detalhes sobre o aparecimento do trabalho na pequena Lima Duarte. Entretanto, essa comunidade estava em nosso roteiro de pesquisa e seu surgimento tem importância capital no resgate histórico do metodismo em Minas Gerais. Há indícios de vínculos entre o trabalho em Lima Duarte e o trabalho de Barbacena, o que carece de confirmação com uma pesquisa mais detalhada.<br /><br /></div><div align="center"><strong>A trajetória de Antonio de Souza Pinto na Igreja Metodista</strong> </div><div align="center"> </div><div align="justify"></div><div align="justify">Como já narramos certa feita, Antonio de Souza Pinto foi responsável também pela inserção do metodismo em Palmyra (Santos Dumont). É oportuno elencarmos alguns itens sobre a trajetória histórica de Antonio de Souza Pinto na Igreja Metodista, como em outros momentos o fizemos, lembrando de vários nomes importantes para a história do metodismo em Minas Gerais.<br /><br />Lembramos assim, que Antonio de Souza Pinto foi licenciado pregador em 28 de fevereiro de 1901, ao lado do ex-padre Hyppolito de Oliveira Campos (KENNEDY, 1928, p.107.). Conforme se tem notícia, Hyppolito de Oliveira Campos é outro nome importante ligado as raízes do trabalho em Juiz de Fora; primeiro, pela oposição que fez ao metodismo; depois, compondo as fileiras de pregadores do Evangelho, ao lado dos pregadores metodistas no Circuito.<br /><br />O primeiro desafio missionário de Antonio de Souza Pinto foi, portanto, encetar um trabalho em Palmyra. James L. Kenndey lembra que a primeira visita à Palmyra ocorreu em maio de 1901 (KENNEDY, 1928, p.109.). Constata-se que Antonio de Souza Pinto era então um pregador licenciado e pastor ajudante no Circuito de Juiz de Fora. Na seqüência, seu nome surge ligado à incursão do metodismo em Lima Duarte, fato que se reveste de extremo significado e nos ajuda a compreender a irradiação do metodismo a partir de Juiz de Fora. </div><div align="center"><br /><br /><strong>O metodismo em Lima Duarte e o cenário do seu surgimento</strong><br /></div><div align="justify"><br />A história sobre a inserção do metodismo em Juiz de Fora e cercanias é, sem dúvida, uma história do metodismo regional. Ao comentarmos sobre as origens da Quarta Região Eclesiástica (Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, Estados), indicamos que a nossa história é obviamente decorrente da inserção do metodismo no Brasil (SILVA, As origens da Quarta Região Eclesiástica, 2006, p.5.). De modo similar, podemos afirmar também que a nossa história em Minas Gerais é decorrente da inserção do metodismo em Juiz de Fora, de onde ele irradia suas raízes para todo o Estado de Minas Gerais (Cf. REVISTA EM EDIÇÃO ESPECIAL COMEMORATIVA DO CENTENÁRIO DO METODISMO EM JUIZ DE FORA, p. 29.).<br /><br />Compete-nos ressaltar ainda que no contexto do surgimento do trabalho metodista na cidade de Lima Duarte, o metodismo inaugurou trabalhos missionários em pelo menos três localidades simultaneamente: Lima Duarte, Faria Lemos e Vargem Grande. A data para a fundação dos respectivos trabalhos é a de 16 de agosto de 1901. Como lembra James L. Kenndey: “Em Faria Lemos, a 16 de agosto, teve início o trabalho por Victorino Gonçalves; em Lima Duarte, por Antonio de Souza Pinto e em Vargem Grande, por E. Escobar Jr... ” (KENNEDY, 1928, p.111.).<br /><br />No mesmo ano do surgimento desses trabalhos missionários, o metodismo inaugurou uma casa de culto na cidade de Muriaé [ou S. Paulo de Muriahé, como era anteriormente conhecida], no dia 21 de outubro de 1901 (Cf. KENNEDY, 1928, p.113.). No mais, resta informar que o ano de inauguração do trabalho missionário em Lima Duarte era um ano histórico para o metodismo brasileiro. Comemorava-se o 25º aniversário do restabelecimento do trabalho de nossa igreja no Brasil (KENNEDY, 1928, p.111.).<br /><br />No tocante ao primeiro momento missionário da Igreja Metodista em Lima Duarte, apesar das informações escassas, pudemos aferir que os primeiros membros da Igreja foram: Francisco Ferreira da Paz Fortuna, Rachel Fortuna, Flausino Tavares da Silva, Hilarino A. da Costa, José da Cruz Bandeira, Vitalina da Costa, Manoel Joaquim de Almeida e Maria de Almeida, todos recebidos por batismo e profissão de fé, arrolados em 8 de dezembro de 1901. O pastor do campo de Lima Duarte na ocasião era o Rev. E. A. Tilly. Desde então, passaram pela Igreja Metodista em Lima Duarte pastores como J. C. Reis, Hyppolito de Oliveira Campos, Adolpho M. Ungaretti, João Evangelista Tavares, Alfredo M. Duarte, Miguel Dickie, José Ferraz. Raul Fernandes da Silva, Chas A. Long, W. B. Lee W. H. Moore, entre outros que serviram no campo de Juiz de Fora e arredores, atendendo o campo de Lima Duarte.<br /><br /></div><div align="center"><strong>Considerações Finais</strong></div><div align="justify"><br />A comunidade metodista na cidade de Lima Duarte não obtém muitas referências de suas origens. Hoje, pelo menos, já se sabe do começo pontual da história do metodismo na cidade e um pouco sobre a trajetória da Igreja, vista somente a partir do Livro Rol de Membros. Cremos, no entanto, que há um elo entre a Igreja que forjou seus passos até 1949, quando a mesma foi descontinuada, em virtude do trabalho ter passado a ser congregação da Igreja Metodista no Bairro São Mateus, e a Igreja atual, que consolida um novo trabalho, agora como Campo Missionário Distrital.<br /><br />Há, no entanto, uma analogia desse item do metodismo em Lima Duarte com a história do metodismo no Brasil, especialmente relacionado com a primeira incursão do metodismo no país em 1835/36 com descontinuidade em 1841 (SILVA, Caminhos e descaminhos da Graça, 2007, p.45-57.). Porém, a descontinuidade do trabalho em Lima Duarte no percurso histórico da missão metodista pelas cidades de Minas Gerais não diminui o brilho atual do metodismo na cidade.<br /><br /><br /><br />BIBLIOGRAFIA:<br /><br />KENNEDY, James L. Cincoenta annos de Methodismo no Brasil. São Paulo: Imprensa Metodista, 1928.<br />REVISTA EM EDIÇÃO ESPECIAL COMEMORATIVA DO CENTENÁRIO DO METODISMO EM JUIZ DE FORA. Juiz de Fora, MG: Grafite Gráfica e Editora, 1984.<br />LIMA e SILVA, Gercymar Wellington. As origens da Quarta Região Eclesiástica. Belo Horizonte: Gráfica e Editora Nacional, 2006.<br />_____. Caminhos e descaminhos da Graça: a herança wesleyana e a intermediação americana nas origens do metodismo brasileiro. São Paulo: Editora Cedro, 2007.</div>Gercymar Wellington Lima e Silvahttp://www.blogger.com/profile/00199781130515690645noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7060863823097932213.post-76629227099341517442008-10-04T13:48:00.000-07:002008-10-06T20:17:01.777-07:00REMINISCÊNCIAS DA CHEGADA DO METODISMO À SÃO PAULO DE MURIAHÉ<div align="justify"><span style="font-family:georgia;">A chegada do metodismo à Muriaé remonta aos anos de 1901-1902. Na época, a cidade era conhecida pelo nome de São Paulo de Muriahé. Num relato sobre a presença do metodismo em Muraié, Leon Everett Strunk narra que a presença evangélica na cidade pode ser admitida a partir da chegada de uma família protestante na localidade. Tal família, da qual não se sabe o nome de nenhum dos membros, foi residir inicialmente à Praça Rio Branco, numa casa em que, posteriormente, veio a se instalar a Rádio Patrulha.<br /><br />Arnaldo Faria, um dos depoentes, no relato do rev. Leon Everett Strunk, lembra que uma família, recém-chegada à cidade, cantava um hino protestante em voz alta, após a missa dominical. O sacerdote, sabendo que se tratava de uma família protestante, não tolerou sua demonstração de fé, “arranjou uma turma de moleques e os mandou dizer aos evangélicos que se calassem e que se retirassem da cidade” (STRUNK, 1968, p.3).<br /><br />Conforme Leon Everett Strunk, os tais protestantes tiveram que se retirar da cidade. Mais tarde, “outros protestantes vieram para Muriaé, reunindo-se aqui e ali, mais para os lados do Porto [Bairro do Porto], principalmente em casa de João Paiva, o pintor de fama naquela ocasião” (STRUNK, 1968, p.3).<br /><br />O trabalho missionário, ainda incipiente, parece ter tido as suas bases estabelecidas na zona rural da cidade, o que ainda carece de ser comprovado. Portanto, é através da vinda de uma família de Tapirussú que se iniciou um trabalho missionário pontual em Muriaé. Trata-se da família de João de Oliveira Paiva que, na companhia de sua esposa, Dona Maria Liebert Paiva, e de seu filho, Quintino Liebert Paiva, tornaram possível o estabelecimento do metodismo em Muriaé.<br /><br />James L. Kennedy narra, por sua vez, que os metodistas inauguraram uma casa de cultos em S. Paulo de Muriahé, no dia 20 de outubro de 1901. Conforme Kennedy, ainda, no dia seguinte, Victorino Gonçalves transformava o trabalho missionário em Igreja organizada (Cf. KENNEDY, 1928, p.113).<br /><br />Conforme Isnard Rocha, Vitorino [Victorino] Gonçalves foi eleito diácono itinerante e ordenado pelo Bispo Galloway, em 1901, por ocasião da realização da Conferência. De forma memorável, Isnard Rocha lembra que em 1902, Victorino atendia o Circuito de Faria Lemos, o que torna possível admitir sua passagem por Muriaé no contexto de 1901-1902 (ROCHA, 1967, p.189).<br /><br />A contribuição do pastor J. Floriano Martins para o metodismo de Muriaé foi significativa, direta e indiretamente. Historicamente, o pastor foi responsável pela profissão de fé da família Paiva. São notáveis seu desprendimento, zelo e dedicação, especialmente no que tange ao acompanhamento que ofereceu à família Paiva, quando a mesma se mudou de Tapirussú para Muriaé.<br /><br />Conforme Leon Everett Strunk, “no arquivo ‘Atas e Documentos’, de 30/07/1903, Muriaé é citada como pertencendo à paróquia de Carangola, tendo tido como pastor o rev. J. Floriano Martins. Ainda em ‘Atas e Documentos’, verificamos que Hipólito de Oliveira Campos [rev. Hypóllito, um ex-padre] pregou em Muriaé no ano de 1905” (Strunk, 1968, p.10). Um outro nome ligado à história do metodismo em Muriaé e à pregação, é o do professor Ziller (STRUNK, 1968, p.10-11).<br /><br />Num apanhado histórico recente, elaborado a partir de depoimentos de leigos e de leigas, no contexto da celebração do centenário do metodismo em Muriaé (datado de 20 de setembro de 2002), os cultos realizados na casa da família Paiva eram feitos por pastores que atendiam as cidades circunvizinhas, como Carangola, Faria Lemos, Cataguases, Dr. Astolfo (hoje Caiapó), além de Tapirussú, como já lembrado acima.<br /><br />A comunidade metodista na cidade reconhece o ano de 1902 como o do seu estabelecimento. Resta lembrar que, além das dificuldades existentes em Muriaé, uma cidade ainda muito atrasada, sem iluminação, energia elétrica e calçamento, muito cedo, pastores e leigos já buscavam alargar as tendas do metodismo para além dos limites do município.<br /><br />Conforme depoimentos, coletados pelo rev. Leon Everett Strunk e por outros irmãos e irmãs que ainda estão envolvidos no trabalho de resgate da memória do metodismo em Muriaé, muitos leigos e pastores caminhavam até Belizário, São Domingos, Vermelho, Pirapanema [antigo Camargo], Limeira e Ivay, procurando espalhar o Evangelho, chegando aos arraiais mais remotos.<br /><br />A comunidade perseverou bastante até adquirir a primeira propriedade. Conforme Quintino L. Paiva, tal propriedade foi uma casa adquirida à Rua Coronel Domiciano, próximo à antiga cadeia da cidade, entre 1910-1912. “A Igreja de Muriaé, no legal [conforme depoimento de Quintino L. Paiva], foi organizada em 1912”. Até então, “as reuniões e os cultos eram realizados aqui e ali, em casas dos crentes e de interessados” (STRUNK, 1968, p.11).<br /><br />Um item interessante da história do metodismo em Muriaé que poucos conhecem é a realização da Conferência Annual Brasileira, em 1923, o que evidencia historicamente o quanto o metodismo havia se consolidado na cidade e se tornara um pólo de referência da evangelização cristã-protestante, tendo reconhecimento da própria Conferência Annual Brasileira (1923), com relatórios muito animadores (Cf. KENNEDY, 1928, p.166).<br /><br /><br />BIBLIOGRAFIA:<br /><br />KENNEDY, James L. Cincoenta annos de Methodismo no Brasil. São Paulo: Imprensa Metodista, 1928.<br />ROCHA, Isnard. Pioneiros e bandeirantes do metodismo no Brasil. São Bernardo do Campo: Imprensa Metodista, 1967.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:georgia;">STRUNK, Leon Everett. Sinopse: 66 anos de metodismo em Muriaé. Muriaé-MG, 18p. Trabalho não publicado.</span></div>Gercymar Wellington Lima e Silvahttp://www.blogger.com/profile/00199781130515690645noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7060863823097932213.post-66397951737500870632008-09-24T21:58:00.000-07:002008-09-25T22:41:15.756-07:00A INSERÇÃO DO METODISMO EM SANTA LUZIA DO CARANGOLA: CONSIDERAÇÕES SOBRE A PRESENÇA METODISTA EM CARANGOLA E REGIÃO<div align="justify"><span style="font-family:lucida grande;">O metodismo chegou à Carangola através do trabalho metodista estabelecido em Faria Lemos. Há, portanto, um vínculo histórico e missionário existente entre essas cidades e suas ações em prol do anúncio do Evangelho. Apesar disso, o metodismo carangolense ainda não foi suficientemente pesquisado, especialmente no que tange a formação do primeiro núcleo missionário metodista na cidade.<br /><br />Com o propósito de promover o conhecimento das nossas origens e fortalecimento da nossa identidade metodista, sugerimos a leitura do trabalho de conclusão de curso de Josny Batista Veloso, Bacharel em Teologia pela FaTeo (Faculdade de Teologia da Igreja Metodista), UMESP, 2004, que pode servir de parâmetro para novas pesquisas – “O metodismo na Zona da Mata mineira e Vale do Rio Doce: enfoque histórico com atenção especial à Igreja Metodista em Carangola”.<br /><br />A investigação e o desenvolvimento de pesquisas nos jornais mais antigos da região, arquivos públicos municipais, acervos privados e outros órgãos que detenham informações, constituiria uma contribuição ímpar ao metodismo da Zona da Mata. Em continuidade ao nosso trabalho queremos, num primeiro momento, considerar algumas hipóteses sobre os primórdios do metodismo em Carangola. Num segundo momento, mencionaremos alguns elementos sobre o encetamentamento da missão na cidade.<br /><br /><br /></span></div><div align="center"><span style="font-family:lucida grande;"><strong>Hipótese sobre os primórdios do metodismo em Carangola</strong><br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:lucida grande;"><br />A criação do trabalho metodista em Carangola está vinculada, sem dúvida, ao trabalho metodista de Faria Lemos. A propósito, o metodismo de Faria Lemos é o mais antigo do Vale do Carangola. A Igreja Metodista em Carangola era, por sua vez, uma congregação de Faria Lemos, que alcançou importância no Circuito muito cedo.<br /><br />Uma das poucas informações fundamentais sobre os primórdios do metodismo em Carangola é a que toca na figura do seu fundador, reverendo Victorino Gonçalves (Cf. VELOSO, 2004, p.48). Corrobora, com esta informação, uma nota histórica publicada no Diálogo Pastoral em outubro de 2005: “A Igreja Metodista em Carangola, MG, em seus primórdios, era congregação do circuito de Faria Lemos, atendida pelo Rev. Vitorino [Victorino] Gonçalves (Cf. Diálogo Pastoral, nº 274, p.9).<br /><br />Nesse primeiro momento, o trabalho metodista em Carangola não era regular, uma vez que era apenas um ponto do Circuito de Faria Lemos. Como aconteceu em muitos outros lugares, só podemos afirmar que o trabalho nascente era assistido pelo pastor responsável pelo trabalho em Faria Lemos. De qualquer forma, para fins de aprofundamento em pesquisas sobre o metodismo em Carangola, cabe ressaltar que Victorino Gonçalves atendeu o Circuito de Faria Lemos de meado de 1901 até meado de 1903 (Cf. Kennedy, 1928, p.111 e Rocha, 1967, p.189).<br /><br />Leon Everett Strunk liga a fundação do trabalho metodista em Carangola ao de Faria Lemos; e o de Faria Lemos ao de Dr. Astolfo, hoje Caiapó (Strunk, 1968, p.18). Leon Everett Strunk lembra que Muriaé aparece citada como pertencendo à paróquia de Carangola em 1903, sendo pastor o rev. J. Floriano Martins, conforme Leon Everett Strunk, citando o “Atas e Documentos” de 30/07/1903 (Strunk, 1968, p.10).<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:lucida grande;"></span></div><div align="center"><br /><strong><span style="font-family:lucida grande;">O encetamento da missão metodista em Carangola<br /></span></strong></div><div align="justify"><span style="font-family:lucida grande;"><br />A inserção ou encetamento da missão metodista em Carangola passou por estágios que favoreceram a solidificação do metodismo nesta cidade e região: 1º estágio – criação do trabalho, com Victorino Gonçalves; 2º estágio – consolidação do trabalho, com Antônio Patrício Fraga.<br /><br />A Igreja Metodista em Carangola atribui o início do trabalho ao “empenho do Sr. Licurgo Faria e familiares”. Tal família era oriunda do presbiterianismo. Conforme testemunho histórico local, num informativo da celebração dos 80 anos do metodismo em Carangola, a família Faria incentivou algumas famílias metodistas que já residiam na cidade a se reunirem num casarão à rua Pedro de Oliveira (no centro da cidade), a qual se chamava antes rua “15 de Novembro”. É provável que essa seja uma referência ao 2º estágio da fundação do metodismo em Carangola.<br /><br />Conforme Josny Batista Veloso, Carangola passou a ser sede do Circuito no ano de 1913, sendo pastoreada pelo rev. Antônio Patrício Fraga (Veloso, 2004, p.48). Josny Batista Veloso atribui a Antônio Patrício Fraga a fundação da Igreja Metodista em Carangola. Certamente, Veloso está se referindo à organização da Igreja, e não à criação do ponto missionário ou congregação, que foi com Victorino Gonçalves.<br /><br />A assistência do pregador ou pastor local a vários núcleos metodistas, especialmente ao trabalho de Muriaé e de Carangola, como indicou Leon Everett Strunk na sua narrativa (Strunk, 1968, p.10), pode ter favorecido a transferência da sede da paróquia de Faria Lemos para Carangola, uma vez que o trabalho de Faria Lemos tinha inicialmente, ao que parece, suas bases missionárias em Cafarnaum, zona rural de Faria Lemos.<br /><br />Por fim, o marco histórico da organização da Igreja Metodista em Carangola é o dia 13 de novembro de 1921, como lembra James L. Kennedy, em seus extratos históricos sobre a Conferência de 1921 – 36ª Sessão: “A 13 de novembro, foi organizada a Egreja de Santa Luzia de Carangola, com 65 membros. Foi ahi organizada também uma Sociedade de Senhoras” (Cf. Kennedy, 1928, p.162).<br /><br /></span></div><div align="center"><span style="font-family:lucida grande;"><br /><strong>Considerações Finais</strong><br /></span></div><div align="justify"><br /><span style="font-family:lucida grande;">A inserção do metodismo em Carangola só será mais bem narrada se, ao lado da história eclesial, considerar-se o contexto histórico da cidade. Infelizmente, nosso espaço nessa página não nos dá possibilidade de ir além do que pudemos oferecer. Neste aspecto, sugerimos novamente a leitura do trabalho de Josny Batista Veloso.<br /><br />Há que se reconhecer que falta um embasamento documental mais amplo para afirmar que já havia um trabalho missionário implantado pontualmente em 1903 na cidade de Carangola. No entanto, há indícios incontestáveis para fomentar uma pesquisa mais abrangente sobre a inserção do metodismo em Carangola e cercanias.<br /><br /><br />BIBLIOGRAFIA:<br /><br />IGREJA METODISTA EM CARANGOLA. Diálogo Pastoral. Belo Horizonte, 2005. v. 22, n. 274.<br />KENNEDY, James L. Cincoenta annos de Methodismo no Brasil. São Paulo: Imprensa Metodista, 1928.<br />ROCHA, Isnard. Pioneiros e bandeirantes do metodismo no Brasil. São Bernardo do Campo: Imprensa Metodista, 1967.<br />STRUNK, Leon Everett. Sinopse: 66 anos de metodismo em Muriaé. Muriaé-MG, 18p. Trabalho não publicado.<br />VELOSO, Josny Batista. O metodismo na Zona da Mata mineira e Vale do Rio Doce: enfoque histórico com atenção especial à Igreja Metodista em Carangola. São Bernardo do Campo: 2004, 90p. Trabalho de Conclusão de Curso – Universidade Metodista de São Paulo, SBC, SP, 2004.</span></div>Gercymar Wellington Lima e Silvahttp://www.blogger.com/profile/00199781130515690645noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7060863823097932213.post-49031188133305034322008-09-24T20:04:00.000-07:002008-09-24T20:53:48.103-07:00QUELUZ – “UM PUXADO DO CIRCUITO DE SABARÁ E DA MISSÃO DE BELO HORIZONTE”: A PRESENÇA METODISTA EM CONSELHEIRO LAFAIETE<div align="justify">A incursão do metodismo em Conselheiro Lafaiete é decorrente do estabelecimento do pastor João Evangelista Tavares na cidade. É oportuno comentarmos um pouco sobre quem foi esse pregador, em seguida descrevermos as considerações sobre a presença metodista em Conselheiro Lafaiete, como propomos. Natural de Juiz de Fora, Tavares teve uma infância muito pobre. Com 21 anos foi para o Granbery, onde se preparou para fazer frente aos cursos que viriam depois. Começou a carreira ministerial em 1890, quando a Conferência Anual Brasileira o recebeu em experiência. João E. Tavares foi um dos pastores nacionais que mais tempo serviu a Missão Metodista no Brasil: ele foi o primeiro pastor, entre missionários e nacionais, a atingir 40 anos de ministério na ativa.<br /><br />Muitos campos missionários metodista parecem ter sido abertos por causa do estabelecimento de um pastor. Como poderá ser visto, a antiga cidade de Queluz (MG), anteriormente chamada “Real Villa de Queluz” e atualmente Conselheiro Lafaiete não foi historicamente um alvo efetivo da atuação missionária metodista. João E. Tavares, conforme registro no Expositor Cristão, “só se estabeleceu no local por causa da sua precária saúde e por causa da salubridade do lugar” (EXPOSITOR CRISTÃO, 14/12/1895, p. 4. citado por BARBOSA, p. 214.). Neste mesmo jornal, uma nota comenta sobre os ares de Queluz e Barbacena, que mereciam a pena de um Gonçalves Dias – “quase bastam para por vida num morto” (Ibidem).<br /><br />A ação missionária metodista em Conselheiro Lafaiete, segundo comenta John William Tarboux em seu relatório, foi desenvolvida como “um puxado do circuito de Sabará e da missão de Belo Horizonte” (BARBOSA, p. 214. e EXPOSITOR CRISTÃO, 14/12/1895, p. 4.). Isso acentua o caráter provisório da missão, tornando flagrante que a presença metodista na cidade se devia a estadia de um pregador ali. Num aspecto geral, a presença pastoral de João E. Tavares é que determinava a possibilidade de um ação missionária da Igreja Metodista. É fundamental lembrarmos que ainda não foi possível pontuar com exatidão quando Tavares se estabeleceu em Queluz (MG). Há indícios de que tenha sido no final de 1895 ou no início de 1896, o que certamente carece de ser confirmado.<br /><br />Ao que parece, John William Tarboux, presbítero presidente do Distrito de Minas, esteve realizando trabalhos de evangelização [em Queluz ou Lafayette], ao lado do Rev. João E. Tavares” (BARBOSA, p. 214.). José Carlos Barbosa, em sua narrativa, faz uma indicação pontual interessante: “até que havia um grupo de interessados. Com a mudança do Rev. João E. Tavares, praticamente desapareceu a presença metodista na cidade” (BARBOSA, 2005, p. 214.). Conforme se tem notícia, ele foi designado pela Conferência Annual (1896) para Ouro Preto. A 11ª sessão da Conferência, realizada em Juiz de Fora, em 23 de julho de 1896, registra esse fato.<br /><br />Um dos registros alusivo à Queluz, elaborado por João E. Tavares, é o que toca a boa vontade do povo, embora não tenha encontrado muitos crentes. A simpatia do povo era um atrativo, além do aspecto referente à salubridade do lugar, tornando o local, como chamou o próprio pregador, um lugar abençoado – “o único lugar em que me tenho dado esplendidamente é neste Queluz abençoado”. Tavares entendia que a sua mudança para Ouro Preto era provisória e temporária, assim como sua transferência era temerária. O desalento do Rev. Tarboux com Lafayette era devido a característica provisória da missão na cidade, dependente da precária saúde do Rev. Tavares e da possibilidade ou não de mantê-lo ali, como foi explicitado acima.<br /><br />José Carlos Barbosa relembra que “apesar da nomeação, somente no final do de 1896 é que ele toma a decisão de alugar uma residência no seu novo campo de trabalho”. Mas, a insistência de João E. Tavares com Lafayette é flagrante na história do metodismo na cidade. Nomeado para Belo Horizonte, João E. Tavares deu novo impulso ao trabalho no Circuito de Sabará e da Missão de Belo Horizonte, o que obviamente incluía a cidade de Lafayette. É sob seu pastorado também que se planejou a construção do novo templo em Belo Horizonte.<br /><br />A ação missionária concretizada no Circuito de Belo Horizonte nos anos conseguintes foi sonhada no pastorado de João E. Tavares. Em 1897, no pastorado do Rev. R. C. Dickson, “um bom amigo da causa” doou um terreno para a construção da Igreja Metodista em Belo Horizonte (BARBOSA, p. 154.). No ano conseguinte, a Conferência Anual da Igreja Metodista (1898), realizada em Piracicaba, nomeou novamente o Rev. Tavares, substituindo o Rev. Dickson. Conforme se tem notícia, “o primeiro projeto a surgir na mente do Rev. Tavares foi a construção do templo” (BARBOSA, p. 156.). No entanto, João Evangelista Tavares nunca esqueceu de Lafayette. No ano de 1898, o Rev. João E. Tavares retomou a pregação do Evangelho em Lafayette, assim como esteve pregando em Sete Lagoas (KENNEDY, p. 95.). Mas tarde surge notícia de como o campo de trabalho de João E. Tavares havia aumentado, dividindo-se em pequenos núcleos em lugares como Sabará, Lafayette, Ouro Preto, Miguel Burnier e Rodrigo Silva. Neste último, embora residisse apenas um membro na localidade, Tavares estendia sua assistência a todos, percorrendo todo o Circuito. Como o próprio obreiro lembrou, tendo ainda convite para pregar em Morro Velho, intentando visitar o trabalho em Neves.<br /><br />Como em Belo Horizonte, a realização das reuniões em Lafayette, no início, não eram regulares. Mesmo assim, surgia ali uma congregação com uma estrutura, embora simples, muito acolhedora e excepcional no que tangia ao trato com o pregador. A insistência de João E. Tavares e o esforço para desenvolver um trabalho regular em Lafayette são lembradas nas páginas do Expositor Cristão, no final do século XIX e, pontualmente, no início do século XX, numa reportagem datada de 1 de fevereiro de 1901. Em seguida, o trabalho aparece figurando como pertencente ao Circuito denominado de “Belo Horizonte e Ouro Preto”, antes reconhecido como Circuito de Sabará e Missão de Belo Horizonte (BARBOSA, p. 214. Veja também EXPOSITOR CRISTÃO, 14/12/1895, p. 4.).<br /><br />Conselheiro Lafaiete, como pode ser visto, não foi inóspita ao Evangelho historicamente, embora os pregadores e missionários tenham enfrentado e enfrentam até hoje dificuldades de ampliar a visibilidade missionária e alargar as tendas do Evangelho na cidade. A comunidade metodista na cidade reconhece a data histórica de 17 de setembro de 1900 como a de inauguração do trabalho regular. A presença de João Evangelista Tavares, como morador e pregador incansável interessado no desenvolvimento de um núcleo missionário na cidade é uma das recordações históricas mais vívidas e importantes da inserção do metodismo em Queluz de Minas.<br /><br /><br />BIBLIOGRAFIA:<br /><br />BARBOSA, José Carlos. Salvar e educar: o metodismo no Brasil do século XIX. Piracicaba: CEPEME, 2005.<br />KENNEDY, James L. Cincoenta annos de Methodismo no Brasil. São Paulo: Imprensa Metodista, 1928.<br />MEMORIAL DO CENTENÁRIO – Igreja Metodista em Conselheiro Lafaiete 1900-2000. Conselheiro Lafaiete-MG: Texto não publicado.<br />ROCHA, Isnard. Pioneiros e bandeirantes do metodismo no Brasil. São Bernardo do Campo: Imprensa Metodista, 1967.</div>Gercymar Wellington Lima e Silvahttp://www.blogger.com/profile/00199781130515690645noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7060863823097932213.post-68079470140715965202008-09-24T19:41:00.000-07:002008-09-24T20:03:51.989-07:00A INCURSÃO DO METODISMO EM BARBACENA E A IDÉIA DE CRIAR UMA UNIVERSIDADE<div align="justify"></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="justify"></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">O metodismo iniciou trabalho missionário em Barbacena em setembro de 1895. Conforme James L. Kennedy, o trabalho foi criado pelo rev. J. W. Tarboux, o então p. p. do Distrito de Minas. Em seguida, o rev. W. B. Lee, recém-chegado ao Brasil, foi nomeado para o cargo pastoral do novo campo missionário. Como veremos em seguida, muitas situações novas surgem no contexto do desenvolvimento da missão da Igreja Metodista Episcopal do Sul no Brasil. A decisão de implantar o metodismo em Barbacena é uma das decisões pontuais da Igreja e de seus dirigentes.<br /><br />José Carlos Barbosa lembra que “a decisão de abrir trabalho metodista em Barbacena foi tomada na Conferência Distrital de Minas, realizada em Juiz de Fora, entre os dias 17 a 19 de janeiro de 1895”. A propósito, neste mesmo ano de 1895, a Igreja Metodista em Juiz de Fora, consagrava a Deus o seu templo, contando com o rev. J. W. Tarboux na direção da igreja local e com a visita do Bispo Granbery, que consagrou o referido templo. Como pode ser lembrado também, o Bispo John C. Granbery foi superintendente da Missão brasileira por vários anos, tendo visitado o Brasil em 1886, quando se organizou a Conferência Anual Brasileira, em 1888, em 1890 e em 1895. A Igreja brasileira o homenageou dando o seu nome ao primeiro educandário (estabelecimento de ensino) metodista de Minas Gerais.<br /><br />Na sessão da Conferência Anual (1895), no dia 29 de julho, “o rev. J. L. Kennedy apresentou relatório sobre sua viagem missionária ao interior do Estado de São Paulo e disse que uma porta tinha sido fechada para ele (a área da educação) e que a Providência divina estava lhe indicando outro campo de trabalho”. Isso fazia surgir animada discussão entre os conferencistas a respeito da jurisdição territorial. A idéia que pairava naquele contexto era de que as igrejas protestantes, especialmente a metodista e a presbiteriana, deviam evitar evangelizar a localidade onde uma já estivesse presente desenvolvendo algum trabalho missionário.<br /><br />Como está registrado, na Conferência Distrital de Minas, o relatório da comissão sobre novas missões no Distrito recomendou à Conferência Anual Brasileira a necessidade de abrir a nova missão, indicando que cabia estudo imediato sobre o início da missão em Barbacena ou não. José Carlos Barbosa lembra que pelo fato de não haver “pastores disponíveis, somente na Conferência Anual é que foi referendada a decisão de abertura do novo ponto missionário. Cabe registrar ainda que foi o Bispo Granbery quem nomeou o rev. William B. Lee para o cargo pastoral de Barbacena, antes de sua partida para os EUA (Citado do Expositor Cristão, 31/08/1895, p.3.).<br /><br />O próprio rev. Lee informa em carta ao Expositor Cristão sobre o início do trabalho:<br /><br />“De Juiz de Fora chegou o Sr. Tarboux no sábado, 14 do corrente (setembro) para dar começo ao nosso trabalho evangélico nesta cidade de Barbacena. No dia da sua chegada tivemos pouco tempo para espalhar a notícia dos cultos, porém publicou-se na Folha de Barbacena reuniões para o domingo ao meio dia, como também às 7 horas da noite. No domingo de manhã andamos espalhando exemplares do tratado do irmão Tarboux, ‘Ao respeitável Povo do Brasil’. No primeiro culto arranjou-se a sala com assentos para 42 pessoas. Porém houve uma assistência, número contado, de 70 pessoas, havendo um bom número de estudantes das diversas escolas da cidade, não podendo eles voltar de noite. Para o culto da noite esperava-se número maior de modo que colocou-se na sala todas as cadeiras da nossa casa. Mas atualmente só assistiram umas 65 pessoas. Porém a congregação da noite nos deu maior esperança visto que todos ficaram por todo o culto prestando muita atenção ao sermão.<br /><br />O rev. John W. Tarboux revelou-se muito otimista e confiante no trabalho que se iniciava. A avaliação dele era proveniente da atenção e apreciação que experimentou. O missionário comenta em seguida o trabalho realizado em Barbacena, avaliando a casa e as condições do novo campo: a casa que o irmão Lee escolheu é boa, ampla e bem localizada, com uma sala bonita. Na sala das casas é que os missionários acolhiam os ouvintes do Evangelho que concorriam para ouvir a pregação. No final, Tarboux tece uma palavra carinhosa ao missionário e ao povo de Barbacena: “Que Deus abençoe muito o trabalho neste novo campo e ajude o irmão Lee a ficar mestre do português e dos corações do bom povo de Barbacena em bem pouco tempo”.<br /><br />Conforme se tem notícia, no ano seguinte o rev. William B. Lee principiou a pregação em português. O rev. John W. Tarboux mais uma vez elaborou palavras de apreço ao missionário W. B. Lee e ao povo da cidade: “Ele tem de ser feliz, por força, com uma congregação tão polida, tão atenciosa, tão inteligente como é a de Barbacena. Que nosso Deus e Salvador abençoe sempre ao pregador e ao povo! Que o Espírito Santo ilumine os seus corações e que haja muitas almas convertidas a Jesus entre aquele povo (Citado do Expositor Cristão, 27/06/1896, p.3.).<br /><br />Uma das últimas boas intenções do rev. John W. Tarboux para com Barbacena foi o estímulo ao projeto de uma universidade metodista. Ele acreditava profundamente na importância do trabalho educacional desenvolvido pela Igreja. Na verdade, os esforços mais sérios em prol de tal projeto começaram em 1893, perdurando por vários anos. Conforme José Carlos Barbosa, a “Folha de Barbacena”, jornal local, comentou de forma apreciativa as visitas do Bispo Charles B. Galloway e do rev. John W. Tarboux para tratar do assunto. O clima propício, se comparado ao clima da terra de origem dos missionários, parecia influenciar bastante na escolha em se estabelecer uma universidade metodista na cidade, especialmente porque Alexander Von Humbolt e inúmeros outros viajantes europeus, além de diversos pastores metodistas terem exaltado a salubridade de Barbacena. O jornal local aludiu reverentemente a visita do Bispo Galloway e da reunião que se realizou na casa do missionário W. B. Lee, tendo se juntando ali vários representantes da Câmara Municipal e de diversas classes sociais para ouvir o hóspede (missionário Lee). Infelizmente o projeto para a criação da univesidade não vingou, mas a missão reconheceu a cidade como um espaço missionário de elevada importância.<br /><br /><br /><br />BIBLIOGRAFIA:<br /><br />BARBOSA, José Carlos. Salvar e educar: o metodismo no Brasil do século XIX. Piracicaba: CEPEME, 2005.<br />KENNEDY, James L. Cincoenta annos de Methodismo no Brasil. São Paulo: Imprensa Metodista, 1928.<br />ROCHA, Isnard. Pioneiros e bandeirantes do metodismo no Brasil. São Bernardo do Campo: Imprensa Metodista, 1967.<br /></span></div><div align="right"></div>Gercymar Wellington Lima e Silvahttp://www.blogger.com/profile/00199781130515690645noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7060863823097932213.post-43265272198922182102007-09-20T20:32:00.000-07:002007-09-20T20:49:36.092-07:00A INCURSÃO DO METODISMO EM CATAGUASES<div align="justify"><span style="font-family:verdana;">O metodismo mineiro é repleto de experiências missionárias marcadas pela hostilidade, assim como pela voluntariedade despojada de muitos de seus pregadores. A situação missionária que estava por se iniciar na cidade de Cataguases reservava surpresas semelhantes às de Ubá. Assim, nossa intenção é narrar de forma modesta a incursão do metodismo em Cataguases, informando o quão rude foi também a chegada do metodismo naquela cidade, relembrando uma experiência de Felippe R. de Carvalho.<br /><br />A incursão do metodismo em Cataguases é admitida com a primeira visita do pastor Felippe R. de Carvalho à cidade, fato ocorrido aos 9 de fevereiro de 1894. No entanto, essa incursão do metodismo em Cataguases tem conexões com o metodismo de Ubá. Segundo José Carlos Barbosa, “a decisão de abrir trabalho metodista em Cataguases foi tomada na Conferência Distrital de Minas, realizada em Ubá entre os dias 11 a 13 de janeiro de 1894”, Coube ao presidente da Conferência, Rev. E. A. Tilly decidir sobre a ocupação imediata ou não do novo campo, assim como a designação de um pastor.<br /><br />Conforme o histórico da igreja local – “O Cristianismo Metodista no Brasil” – elaborado pelo Rev. Epaminondas Moura, o qual enviou também itens do histórico da igreja local ao Expositor Cristão (1940),<br /><br /><br />“Felippe R. de Carvalho chegou pela primeira vez a Cataguases, levando algumas Bíblias para vender sem conhecer pessoa alguma, sem outra direção, a não ser a da providência divina. O sr. José Fernandes Sucasas trabalhava no seu ofício, como de costume; e morava no antigo prédio, onde hoje [1940] se acha o jardim da estação da Leopoldina. Certo dia (talvez 9 de fevereiro), ao olhar despreocupado para a rua viu passando pela calçada um moço magro, moreno, simpático, humilde, levando um amarrado de livros na mão; e, instintivamente, chamou o viajante, sem saber quem era e lhe perguntou":<br /><br />– “Que livros são estes que o senhor leva aí?”<br />– “São Bíblias”, respondeu o desconhecido, notando que o alfaiate falava alto (o sr. Sucasas sempre teve o timbre de voz muito forte).<br />– “Bíblias? Para que anda o senhor com estes livros?” perguntou o sr. Sucasas.<br />– “Para vender!” Foi a resposta que ouviu do vendedor.<br />– “Quem é o senhor?”<br />– “Eu sou pastor da Igreja Metodista”, respondeu o desconhecido começando a dar o seu testemunho.<br />– “Mas que é que o senhor anda fazendo por aqui?”<br />– “Eu venho a esta cidade para ver se consigo com o auxílio de Deus abrir um trabalho evangélico”.<br />– “Como se chama o senhor?”<br />– “Felippe de Carvalho, seu criado”.<br />– Faça o favor de entrar, eu desejo muito comprar uma Bíblia em português, falou o sr. Sucasas, mostrando atenção.<br />– “Pois eu estou aqui para vendê-las” respondeu o jovem pastor, entrando e sentindo certo ânimo. Nisto o sr. Sucasas pegou em um dos seus livros e perguntou:<br />– “Quanto custa uma dessas?”<br />– “Apenas 1$500, pode abrir e examinar”.<br />– “Só 1$500,? Então dê-me duas! E aqui estão 3$000!”<br /><br /><br />Após alguns instantes de conversa, Felippe saiu da casa do sr. Sucasas ganhando as ruas de Cataguases, oferecendo e vendendo exemplares da Bíblia, nos mesmos moldes dos colportores-missionários Daniel Parish Kidder e Hugle Clarence Tucker. Não tardou e Felippe R. de Carvalho alugou uma sala, no intuito de instalar um ponto de referência (um ponto de pregação) para reunir os ouvintes do Evangelho. Narra-se que de fevereiro a maio de 1894, o rev. Felippe passou conversando com as pessoas da cidade, “visitando as famílias e vendendo livros”. Em seguida, resolveu buscar sua família que estava instalada, supõe-se, em Juiz de Fora ou Rio Novo.<br /><br />É muito comentada a predileção de Felippe R. de Carvalho pela data de 13 de maio; é, portanto, em 13 de maio de 1894 que se inaugura o salão de cultos em Cataguases. No domingo seguinte (20 de maio de 1894), o salão foi invadido por um grupo de fiéis católicos, incitados, conforme as narrativas históricas do Rev. Epaminondas Moura, pelo monsenhor Araújo, vigário paroquial local. A turba agitada, composta por cerca de 50 pessoas, entrou no templo gritando – Fora o protestante, fora o protestante! – e então um dos agitadores “deu uma terrível chibatada no irmão Júlio Lopes”. Já houve quem defendesse que a chibatada foi dada em direção da esposa do Rev. Felippe, a qual estava em vésperas de dar a luz, e que o irmão Júlio Lopes entrou na frente no intuito de protegê-la da agressão. Em seguida arrastaram Felippe R. de Carvalho pela rua à fora, intimidando-o a embarcar à força, expulsando-o da cidade. O humilde pregador continuou o seu trabalho, apesar das dificuldades que enfrentou para estabelecer o novo campo missionário de Cataguases, sendo seu trabalho reconhecido em todo o território nacional e da 4ª Região Eclesiástica.<br /><br />BIBLIOGRAFIA:<br /><br />BARBOSA, José Carlos. Salvar e educar: o metodismo no Brasil do século XIX. Piracicaba: Cepeme, 2005.<br />EXPOSITOR CRISTÃO. “O cristianismo metodista no Brasil”. São Paulo, maio de 1940.<br />KENNEDY, James L. Cincoenta annos de Methodismo no Brasil. São Paulo: Imprensa Metodista, 1928.<br />MOURA, Epaminondas. O cristianismo metodista no Brasil. Cataguases-MG, Texto não publicado.</span></div>Gercymar Wellington Lima e Silvahttp://www.blogger.com/profile/00199781130515690645noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7060863823097932213.post-70373220877664862422007-09-20T20:04:00.000-07:002007-09-20T20:42:21.624-07:00UMA NARRATIVA DAS EXPERIÊNCIAS MISSIONÁRIAS EM UBÁ<div align="justify"><span style="font-family:verdana;">O metodismo é inaugurado em Ubá no início de 1891, tendo John Willian Tarboux como um dos primeiros pregadores e, conseqüentemente, o fundador do trabalho. Coube, em seguida, a nomeação de Justiniano R. de Carvalho para o novo campo de trabalho. Como comentou James L. Kennedy, “o diabo estava pintando o sete” por aquelas “cercanias da culta cidade de Ubá”. Com base em James L. Kennedy, a Conferência Anual registrou em seu relatório uma experiência chocante, ocorrida em dezembro 1893, nessa cidade. As vítimas eram os pregadores Antônio J. de Araújo e J. L. Becker, que ao voltarem de uma Escola Dominical na propriedade do sr. Belmiro Siqueira, foram surpreendidos por um grupo de agressores, que os surraram com paus e chicotes, sendo arrastados pela vias públicas da cidade.<br /><br />Segundo James L. Kennedy, "o rev. Araújo cahiu immediatamente por terra, por ter recebido dos agressores muitas pancadas na cabeça. Deixando-o por morto [ou semi-morto], foram esses aggressores ajudar outros a esbordoar o sr. Becker. Este com grande dificuldade conseguiu escapar, depois de ter recebido duas facadas, ficando com o corpo em estado lastimável" [sic]. Na opinião de James L. Kennedy, Antônio J. de Araújo e J. L. Becker foram nessa circunstância protegidos por Deus e poupados para longos anos de serviço honrado e abençoado, sendo o rev. Becker reconhecido como um dos obreiros de vanguarda do ministério brasileiro daqueles tempos.<br /><br />É preponderante notar ainda naqueles tempos que na localidade em que os obreiros experimentavam mais dificuldades e, muitas vezes, maior perseguição, para ali concorria o apoio e emprego de novos esforços. Portanto, passado apenas um mês do ocorrido com os irmãos Antônio J. Araújo e J. L. Becker, a Conferência de Minas se reuniu na cidade de Ubá, aos 11 de janeiro de 1894, para celebrar ao Senhor, assim como discutir os rumos da missão.<br /><br />Conforme James L. Kennedy, compareceram a Conferência Distrital de Minas: E. A. Tilly, J. W. Tarboux, J. E. Tavares, F. R. de Carvalho, A. C. da Fonseca, A. J. de Araújo Filho e J. L. Becker e o pregador local, A. Ribeiro da Silva. Assistiram ainda a Conferência os seguintes representantes leigos: os senhores Genuíno Antonio de Oliveira, José Leonel Lopes, Belmiro Teixeira de Siqueira Junior, Horacio Herculano Valério, Rodolpho Schomacker e Augusto Hoehne Filho. Nessa mesma Conferência, avaliou-se: “Em Ubá, não obstante as perseguições tenazes que sofriam os irmãos, estava a causa progredindo”. Registrou-se também uma momentânea dificuldade com o trabalho em Ouro Preto nessa Conferência, sendo nomeado o irmão J. L. Lopes para o campo missionário.<br /><br />A missão metodista e a evangelização protestante foram, de um modo geral, marcadas pela forma simples e rudimentar de evangelizar dos missionários, porém eficaz e contundente. É comprovado historicamente que tanto na primeira tentativa de implantação de uma missão metodista no Brasil quanto na sua inserção definitiva, os metodistas foram duramente criticado, especialmente pelo clero católico, sendo o seu representante mais conhecido o Padre Luiz Gonçalves dos Santos, cognominado Padre Perereca. Não é por acaso que os metodistas representaram umas das expressões mais vigorosas do protestantismo no século XIX. Não é por acaso também que tenham sido vítimas de tantas perseguições e hostilidades, no Brasil e, como se vê, no Estado de Minas Gerais.<br /><br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">BIBLIOGRAFIA:<br /><br />BARBOSA, José Carlos. Salvar e educar: o metodismo no Brasil do século XIX. Piracicaba: Cepeme, 2005.<br />KENNEDY, James L. Cincoenta annos de Methodismo no Brasil. São Paulo: Imprensa Metodista, 1928.<br />REILY, D. A. História documental do protestantismo no Brasil. São Paulo: Aste, 2003.</span></div>Gercymar Wellington Lima e Silvahttp://www.blogger.com/profile/00199781130515690645noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7060863823097932213.post-21128663534200522072007-09-18T18:10:00.000-07:002007-09-18T21:13:04.579-07:00UM NOVO CAPÍTULO DA HISTÓRIA DO METODISMO EM OURO PRETO<div align="justify"><span style="font-family:verdana;">A História de uma Bíblia<br /><br />Esta história remonta aos fins do século XIX, quando um não identificado missionário metodista norte-americano visitou a cidade de Ouro Preto, MG, em trabalho de evangelização. Por seu intermédio um casal de ex-escravos – Alcides Carvalho e sua mulher – se converteu à fé evangélica e abriu as portas de sua humilde casinha para a realização dos cultos metodistas, dirigidos pelos pastores da Igreja [Metodista] Central de Belo Horizonte, em cuja área paroquial se incluía Ouro Preto.<br /><br />A convite do Sr. [Alcides] Carvalho, começou a assistir aos cultos um português, o Sr. Rodrigo Silva, que passou a se interessar pela desconhecida fé evangélico-protestante. Convencido de que ali se encontrava uma dimensão da verdade que ele não conhecia, o Sr. [Rodrigo] Silva foi para casa e disse a sua mulher, D. Ana Rosa: “A partir de agora vamos todos ser metodistas. Vamos passar a freqüentar os cultos na casa do Sr. [Alcides] Carvalho”.<br /><br />D. Ana era mulher decidida. Havendo sido deixada pelo marido em Portugal e achando que este estava demorando muito para ir buscá-la, não duvidara. Por sua conta, embarcara com as crianças para o Brasil e viera atrás dele. Apesar deste espírito independente, ela reconheceu que o marido havia encontrado algo significativo e adotou a nova fé com igual disposição. Até então o catolicismo era a vertente cristã que os Silva seguiam e nela educavam seus filhos e filhas.<br /><br />Foi a esta altura que uma Bíblia veio parar em sua casa, ignorando-se se comprada pelo chefe da família ou se recebida em doação dos pastores metodistas. Deolinda, Idália e outra das agora quatro filhas do casal, receberam uma oferta dos missionários para irem estudar em uma escola da igreja, hoje não mais existente, o Colégio Americano de Petrópolis, RJ. Quando Deolinda voltou para casa, ao término dos estudos, recebeu um convite para lecionar em uma escola paroquial metodista em Sta. Maria, RS. Sua irmã Idália se casara com o pastor metodista desta cidade, o Rev. Antônio Fraga. Ali, Deolinda convidou um grupo de rapazes para que entrassem na igreja e viessem assistir aos cultos. Entre eles havia um, de nome César, que chamou sua atenção de modo especial. Ele começou a freqüentar a igreja e se tornou metodista. Mais do que isto: apaixonou-se por ela e eles acabaram por ficar noivos.<br /><br />Deolinda, no entanto, precisou voltar para Ouro Preto a fim de ficar com seus pais e estes não concordaram de modo algum que ela voltasse ao Rio Grande para se casar. O noivado se desfez. Os anos se passaram e eles perderam contato. Ela acabou se casando com Olívio Ângelo Tóffolo e constituiu família. D. Deolinda somente veio a rever o jovem César quando este se tornou pastor da Igreja Central de Belo Horizonte e foi visitar Ouro Preto. Ele era agora conhecido como Rev. César Dacorso Filho.<br /><br />Uma das filhas de D. Deolinda foi a Sra. Anésia Tóffolo. D. Anésia e seu marido, o engenheiro Dr. Paulo Ayres (não era parente do Bispo Paulo Ayres Mattos), ambos já falecidos, foram por longos anos membros da Igreja Metodista Central de São Paulo. Por caminhos cujos detalhes estão perdidos nos becos da história, a Bíblia levada para a casa do Sr. Silva – cujo volume do Novo Testamento lamentavelmente desapareceu – veio a ser parte do processo que acabaria por levar à ordenação do primeiro bispo metodista brasileiro. A mencionada Bíblia faz hoje parte do acervo do Museu Metodista, na Faculdade de Teologia em Rudge Ramos.<br /><br /><br />(Registrada pelo Rev. Sérgio Marcus Pinto Lopes a partir de entrevista com D. Anésia Tóffolo Ayres, agosto de 2002)</span></div>Gercymar Wellington Lima e Silvahttp://www.blogger.com/profile/00199781130515690645noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7060863823097932213.post-11354027114430357282007-09-13T00:43:00.000-07:002007-09-14T03:17:01.248-07:00O METODISMO EM OURO PRETO<div align="justify"><span style="font-family:verdana;">O metodismo é, provavelmente, um dos primeiros ramos do protestantismo que chegou à cidade de Ouro Preto. Os primeiros missionários que para ali concorreram em abril de 1891, supunham realizar as primeiras pregações feitas por protestantes naquelas imediações. Ouro Preto era naquela ocasião a capital do Estado de Minas Gerais</span><a title="" style="mso-footnote-id: ftn1" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=7060863823097932213#_ftn1" name="_ftnref1"><span style="font-family:verdana;">[1]</span></a><span style="font-family:verdana;">. Uma “novidade na abertura desta nova missão foi a presença do evangelista Henry Maxwell Wright”</span><a title="" style="mso-footnote-id: ftn1" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=7060863823097932213#_ftn1" name="_ftnref1"><span style="font-family:verdana;">[2]</span></a><span style="font-family:verdana;">. O redator do Expositor Cristão, Rev. J. W. Wolling, descreve como ocorreu a primeira tentativa de se estabelecer uma missão metodista em Ouro Preto:<br /><br />Em companhia dos Srs. Tucker, Tarboux e Wright nós fomos para lá tomar parte na inauguração da obra evangélica em Ouro Preto, ou pelo menos para presenciar as pregações que se iam fazer pela primeira vez, como nós supomos, naquele lugar.<br /><br />Não podia ser melhor sucedida a tentativa que se fez a este respeito. Quando foram os irmãos Srs. Tucker e Wright falar com o Intendente para arranjar uma sala onde pudéssemos celebrar culto, ele mostrou-se muito benigno e cedeu a sala da Intendência de bom grado.<br /><br />Na primeira noite a concorrência foi muito boa, verdade é que a sala não podia conter a multidão, o sr. Wright discursou sobre um tópico bem apropriado à ocasião e o numeroso auditório com todo o acatamento prestou muita atenção. Todas as clãs-ses da sociedade achavam-se representadas. Os deputados e funcionários do governo, muitos moços estudantes nas várias instituições literárias, os negociantes e os caixeiros e em fim um crescido número encheu a sala e escutou silencioso as explicações claras e convincentes que o evangelista lhes dava.<br /><br />(...............................................................................)<br /><br />Foram espalhados muitos tratados e folhetos, venderam-se todas as Bíblias e livrinhos que os irmãos levavam e arranjou-se uma boa lista de assinantes para o Expositor Cristão. A boa semente está semeada e assim concluídas as primeiras pregações do Evangelho na Capital dos Mineiros.</span><a title="" style="mso-footnote-id: ftn2" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=7060863823097932213#_ftn2" name="_ftnref2"><span style="font-family:verdana;">[3]</span></a><span style="font-family:verdana;"><br /><br />Conforme José Carlos Barbosa, o Rev. João E. Tavares foi o primeiro pastor efetivo de Ouro Preto, fixando residência na cidade a partir de 11 de novembro de 1891</span><a title="" style="mso-footnote-id: ftn2" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=7060863823097932213#_ftn2" name="_ftnref2"><span style="font-family:verdana;">[4]</span></a><span style="font-family:verdana;">. Assim, o metodismo organizou a Igreja em Ouro Preto, em fevereiro de 1893, com 11 membros</span><a title="" style="mso-footnote-id: ftn3" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=7060863823097932213#_ftn3" name="_ftnref3"><span style="font-family:verdana;">[5]</span></a><span style="font-family:verdana;">. Embora as expectativas não fossem as mais otimistas sobre o desenvolvimento do metodismo na cidade, conforme registra o pastor J. L. Becker, em 10 de dezembro de 1895</span><a title="" style="mso-footnote-id: ftn4" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=7060863823097932213#_ftn4" name="_ftnref4"><span style="font-family:verdana;">[6]</span></a><span style="font-family:verdana;">, a sorte estava lançada. Em abril de 1899, João E. Tavares passou sete dias em Ouro Preto, realizando cultos em quatro pontos diferentes da cidade, entusiasmando-se novamente com o trabalho</span><a title="" style="mso-footnote-id: ftn5" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=7060863823097932213#_ftn5" name="_ftnref5"><span style="font-family:verdana;">[7]</span></a><span style="font-family:verdana;">.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">O metodismo ouro-pretano acumula uma experiência eclesial inédita na sua história local e, conseqüentemente, na história do metodismo brasileiro. Ocorre que no escopo do Conjunto Arquitetônico e Urbanístico da Cidade de Ouro Preto, a cidade foi erigida como Monumento Nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), conforme o Dec. nº 22.928 de 12 de julho de 1933. Tal registro arrola-se no IPHAN, sob o processo nº 070-T-38.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">O Conjunto Arquitetônico de Ouro Preto é também um dos bens inscrito pela Unesco na lista do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural, desde 21 de setembro de 1980. Além disso, o templo metodista em Ouro Preto é o templo protestante mais antigo da cidade, conforme informou Ângelo Oswaldo, prefeito da cidade de Ouro Preto, em audiência com o Rev. José Carlos Soares Souto (2005).</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">É flagrante a ligação histórica entre o metodismo ouro-pretano e o belo-horizontino. Nos registros do Expositor Cristão, João E. Tavares, um dos pastores mais atuantes no Circuito de Belo Horizonte, faz menção de seu trabalho pastoral por volta de 1900 que incluía Miguel Burnier, Ouro Preto, Lafayette, Sete Lagoas, Sabará e outros</span><a title="" style="mso-footnote-id: ftn1" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=7060863823097932213#_ftn1" name="_ftnref1"><span style="font-family:verdana;">[8]</span></a><span style="font-family:verdana;">. É provável que vários acontecimentos históricos que envolveram Ouro Preto tenham contribuído pra descontinuidade do metodismo na antiga capital de Minas.<br /><br />Na década de 1940, a comunidade metodista em Ouro Preto foi presenteada com um terreno central pela irmã Deolinda Tofollo, um dos testemunhos mais expressivos na vida da Igreja daqueles tempos. Neste terreno, foi construído o templo atual de reunião da igreja local, desenhado pelo Dr. José de Souza Reis, arquiteto que também desenhou o Panteão dos Inconfidentes.<br /><br />A história do metodismo em Ouro Preto desafia o metodismo brasileiro a re-avaliar sua estratégia missionária. Certamente, a comunidade ouro-pretana é um modelo de inspiração no exercício da perseverança missionária. Uma de suas principais aliadas nessa caminhada missionária é a Igreja Metodista Central em Belo Horizonte. Aliás, é essa parceria que tem tornado possível a revitalização missionária do metodismo em Ouro Preto, o que tem ocorrido desde o pastorado do Rev. Cláudio Valverde (2001) e Rev. Moisés Abdon Coppe e Revda. Raquel Coelho Pontes (2002-2003), na Igreja Metodista Central em Belo Horizonte.<br /><br />Um Projeto Missionário Distrital estabeleceu as congregações de Ouro Branco e Ouro Preto, unificadas, como Campo Missionário Distrital, iniciado no ano de 2003, tendo como superintendente o Rev. Lino Estevão Magalhães Leite, culminando com o surgimento do Campo Missionário Distrital Ouro Branco e Ouro Preto, que acolheu a nomeação do pastor Luciano de Barros em 2003 e 2004, sendo sucedido a partir de 2005 pelo Rev. José Carlos Soares Souto, pastor atual do CMD em Ouro Preto.</span></div><div align="justify"><br /><br /><a title="" style="mso-footnote-id: ftn1" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=7060863823097932213#_ftnref1" name="_ftn1"><span style="font-family:verdana;">[1]</span></a><span style="font-family:verdana;"> Cf. James L. Kennedy, Cincoenta annos de Methodismo no Brasil, p. 61. Cf. José Carlos Barbosa, Salvar e educar: o metodismo no Brasil do século XIX, p. 137. Somente em 12 de dezembro de 1897 é que Belo Horizonte (anteriormente Curral Del Rey) passou a figurar como capital de Minas Gerais.<br /></span><a title="" style="mso-footnote-id: ftn1" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=7060863823097932213#_ftnref1" name="_ftn1"><span style="font-family:verdana;">[2]</span></a><span style="font-family:verdana;"> Cf. José Carlos Barbosa, Salvar e educar: o metodismo no Brasil do século XIX, p. 137. Henry M. Wright era proveniente de Portugal e de tradição congregacional. Como conferencista, estava em sua segunda turnê de evangelização pelo país, sendo convidado pelos metodistas para ir a Ouro Preto.</span></div><div align="justify"><a title="" style="mso-footnote-id: ftn2" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=7060863823097932213#_ftnref2" name="_ftn2"><span style="font-family:verdana;">[3]</span></a><span style="font-family:verdana;"> Citado por José Carlos Barbosa, Salvar e educar: o metodismo no Brasil do século XIX, p. 137-138.</span></div><div align="justify"><a title="" style="mso-footnote-id: ftn2" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=7060863823097932213#_ftnref2" name="_ftn2"><span style="font-family:verdana;">[4]</span></a><span style="font-family:verdana;"> Citado por José Carlos Barbosa, Salvar e educar: o metodismo no Brasil do século XIX, p. 139.<br /></span><a title="" style="mso-footnote-id: ftn3" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=7060863823097932213#_ftnref3" name="_ftn3"><span style="font-family:verdana;">[5]</span></a><span style="font-family:verdana;"> Cf. James L. Kennedy, Cincoenta annos de Methodismo no Brasil, p. 67. Cf. José Carlos Barbosa, Salvar e educar: o metodismo no Brasil do século XIX, p. 138.<br /></span><a title="" style="mso-footnote-id: ftn4" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=7060863823097932213#_ftnref4" name="_ftn4"><span style="font-family:verdana;">[6]</span></a><span style="font-family:verdana;"> Citado por José Carlos Barbosa, Salvar e educar: o metodismo no Brasil do século XIX, p. 139.<br /></span><a title="" style="mso-footnote-id: ftn5" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=7060863823097932213#_ftnref5" name="_ftn5"><span style="font-family:verdana;">[7]</span></a><span style="font-family:verdana;"> Citado por José Carlos Barbosa, Salvar e educar: o metodismo no Brasil do século XIX, p. 139.<br /></span><a title="" style="mso-footnote-id: ftn1" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=7060863823097932213#_ftnref1" name="_ftn1"><span style="font-family:verdana;">[8]</span></a><span style="font-family:verdana;"> Um dos registros que evidenciam essa excursão missionária do Rev. João E. Tavares pelo circuito é o de 1 de fevereiro de 1901. Tal registro consiste de um relatório enviado ao Expositor Cristão (1901).</span></div>Gercymar Wellington Lima e Silvahttp://www.blogger.com/profile/00199781130515690645noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7060863823097932213.post-27084341006613962912007-09-08T19:34:00.000-07:002007-09-08T20:29:54.359-07:00A INSERÇÃO DO METODISMO NO ESTADO DE MINAS GERAIS<p align="justify"><span style="font-family:verdana;">Historicamente, Juiz de Fora foi a primeira cidade do Estado de Minas Gerais a receber os missionários metodistas. O trabalho missionário que ali se iniciou, ainda no século XIX, surgiu como uma iniciativa do Distrito do Rio de Janeiro. Nessa conjuntura, estavam reconhecidos como distritos da missão metodista o do Rio de Janeiro e o de São Paulo. A cidade de Juiz de Fora era apontada como estratégica para o estabelecimento de uma Igreja e de um Colégio.<br /><br />O trabalho missionário de pregação do evangelho iniciou-se em maio de 1884, como veremos a seguir. O Colégio é fundado em 1890, organizado com o nome de “Colégio Americano Granbery”, sob a direção dos missionários J. M. Lander e J. W. Wolling, sendo sustentado financeiramente pela Junta Missionária de Missões da Igreja Metodista Episcopal do Sul dos Estados Unidos.<br /><br />James L. Kennedy lembra, por sua vez, na história sobre os “Cincoenta Annos do Methodismo no Brasil”, que foi o missionário John James Ransom quem planejou a abertura do campo de evangelização em Minas Gerais, escolhendo Juiz de Fora como sede da obra missionária. Assim, J. J. Ransom enviou Samuel Elliot, Hermann Gartner e Ludgero Miranda para preparar sua chegada. A propósito, esses irmãos se valiam do objetivo de auxiliarem a chegada de um pregador metodista, preparando o ambiente para uma série de conferências, estratégia adotada por vários grupos protestantes no contexto do século XIX, como o foi também no século XX.<br /><br />Ransom não pode cumprir com o seu planejamento missionário de realizar a série de conferências em Juiz de Fora por motivo de enfermidade na família, solicitando então ao Rev. James L. Kennedy que o substituísse nessa tarefa. Eula Kenndey Long, na biografia que escreve sobre o pai, “O Arauto de Deus – a vida de James L. Kennedy”, relata o episódio com detalhes pitorescos. A seguir citamos trechos do relato:<br /><br />O Rev. Ransom preparava-se para iniciar trabalho metodista em Juiz de Fora. Enviara adiante, três leigos para distribuírem Bíblias e folhetos, e fazerem propaganda da próxima série de cultos evangelizantes.<br /><br />Uma noite, após sua volta ao Rio, papai ouviu o tinir da grande campainha do portão. Saindo, viu com surpresa, o Rev. Ransom. “Pensei que o sr. Já estava em Juiz de Fora”, disse ao cumprimentar o amigo e colega.<br /><br />“Não irmão Kennedy”, explicou o Rev. Ransom, “Minha senhora adoeceu e eu não posso nem levá-la nem deixá-la. Quero que o sr. vá imediatamente em meu lugar, porque os dias das reuniões já foram anunciados”. Papai ficou atordoado.<br /><br />“Mas Rev. Ransom, acabamos de vir de Piracicaba”, protestou, e acabamos de montar casa de novo!... Mas afinal não soube recusar.<br /><br />Conforme relato do próprio Kennedy, ali chegando com a sua família foi recebido com muita cordialidade, iniciando logo o seu trabalho. A primeira casa que foi morar, na qual também iniciou a pregação, foi a que alugou na Rua Santo Antônio nº 10, servindo-se da sua sala de jantar como sala de cultos. Foi nesta casa que realizou a série de conferências que estava programada e foi nela também que se converteu Felippe R. de Carvalho, que conforme Kennedy, foi uma das “primícias do Evangelho entre os brasileiros de Juiz de Fora”.<br /><br />A obra missionária em Juiz de Fora apresentou sinais de grande vigor cedo. Ransom pode cumprir, em seguida, com o seu propósito inicial, substituindo o Rev. Kennedy na direção do recém-fundado trabalho metodista. No seu relatório à segunda Conferência Anual Missionária, Ransom acentuou como o trabalho metodista em Minas Gerais se estendia além de Juiz de Fora, para Mar de Hespanha, Rio Novo e arredores, organizados em três circuitos. Juiz de Fora, logo, veio abrigar o terceiro templo metodista brasileiro e o primeiro de Minas Gerais.<br /><br />As origens da 4ª Região Eclesiástica, como já dito de outra forma, podem ser interpretadas a partir do reconhecimento territorial e eclesiástico do Distrito de Minas, ocorrido em 1892. A missão metodista em Juiz de Fora e arredores já representava um circuito importante no contexto do metodismo brasileiro. A estrutura eclesiástica primária do metodismo brasileiro estava assim forjada, composta agora dos Distritos Rio de Janeiro, São Paulo e Minas.<br /><br />É oportuno relembrar aqui ainda um fato histórico que é o ocorrido em 18 de maio de 1887, quando se reuniu na cidade de Juiz de Fora, no bairro Mariano Procópio, na nova Igreja Metodista, a primeira Conferência Distrital do Metodismo Brasileiro. A sessão foi composta por J. L. Kennedy (presidente da Conferência), H. C. Tucker, J. R. de Carvalho, F. R. de Carvalho e Ludgero de Miranda. Pela primeira vez também, elegeram-se delegados leigos à Conferência Anual Brasileira: S. D. Rambo e Thomaz Duxbery, como já registramos isso de outra forma anteriormente.<br /><br /><br />BIBLIOGRAFIA:<br /><br />1. BARBOSA, José Carlos. Salvar e educar: o metodismo no Brasil do século XIX. Piracicaba: CEPEME, 2005.<br />2. KENNEDY, James L. Cincoenta annos de Methodismo no Brasil. São Paulo: Imprensa Metodista, 1928.<br />3. MESQUITA, Zuleica de Castro Coimbra. “A proposta educacional metodista no Brasil: fase de implantação – 1876-1914”. Revista do Cogeime. Piracicaba: COGEIME, v. 4, n. 6, 1995.<br />4. SILVA, Gercymar Wellington Lima e. As origens da Quarta Região Eclesiástica. Belo Horizonte: Gráfica e Editora Nacional, 2006.</span></p>Gercymar Wellington Lima e Silvahttp://www.blogger.com/profile/00199781130515690645noreply@blogger.com0